Maior pressão por saída de presidente da Usiminas

A crise interna na Usiminas agrava-se com a manifestação de mais uma conselheira contrária à permanência do presidente interino, Rômel Erwin de Souza. Ontem foi a vez da Rita Rebelo Horta, representante da Previdência Usiminas no Conselho, recorrer à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) para que a instituição se posicione sobre a substituição.

Na semana passada, um documento de mesmo teor já tinha sido entregue ao órgão regulatório das empresas de capital aberto, com assinatura de cinco dos 11 conselheiros que a empresa possui. A maioria deles quer o retorno do presidente eleito pelo conselho, Sérgio Leite, que ficou no cargo por quatro meses. Por meio de uma liminar, conquistada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o grupo japonês Nippon Steel conseguiu manter Rômel na presidência. Ele está como interino desde 2014.

A decisão, porém, desagrada o outro grupo controlador, o ítalo-argentino Ternium/Techint , que já entrou com um recurso de embargo de declaração no próprio TJMG para reverter o cenário. A expectativa é que haja uma decisão até fevereiro.
Um dos argumentos dos conselheiros é quanto ao longo período de interinidade do atual presidente, de dois anos. Além disso, eles alegam falta de diálogo por parte do executivo.

Pesa contra Rômel também uma pesquisa de aptidão feita pela consultoria internacional, Egon Zehnder International, a pedido da própria Usiminas, que concluiu uma falta de aptidão dele para ser vice-presidente.

Em uma análise de competências, com sete tópicos, a maior nota recebida foi três pontos, em uma escala de um a sete. E o mínimo exigido é cinco. Entram nessa lista questões como orientação de resultados, liderança de equipe, competência funcional, dentre outras. Procurada, a conselheira citada não se pronunciou. Em nota, a Usiminas disse que “não comenta assuntos no âmbito de seus acionistas”.