Quase dois terços dos franceses são favoráveis a uma renovação no governo de François Hollande após o escândalo de fraude tributária que atingiu a administração do socialista, mostrou uma pesquisa divulgada neste domingo pelo Journal du Dimanche. Segundo a pesquisa, três em cada cinco entrevistados responderam que são favoráveis a uma renovação no governo após o "caso Cahuzac". O escândalo envolve o ex-ministro de Orçamento do governo Hollande, Jerome Cahuzac, acusado de fraude tributária depois de admitir que tem uma conta bancária não declarada no exterior com cerca de 600 mil euros.
A maioria dos mais de mil entrevistados pela pesquisa também afirmou que o escândalo teve um impacto negativo sobre o primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault, sobre seu governo e sobre o próprio presidente Hollande. "Para os franceses, o caso Cahuzac não é uma ação isolada. Há desconfiança em relação aos seus representantes eleitos", disse o vice-presidente do instituto Ifop, Frederic Dabi, responsável pela pesquisa.
O escândalo de fraude tributária estourou na última terça-feira (2), após Cahuzac ter admitido que tem uma conta no exterior não declarada depois de negar repetidamente tal acusação ao próprio presidente François Hollande, no Parlamento francês e em entrevistas à imprensa local. Numa tentativa de lidar com a eclosão do escândalo, Hollande anunciou na última quarta-feira (3) que uma nova lei seria submetida ao Parlamento nas próximas semanas para estabelecer um controle maior sobre o enriquecimento dos ministros do governo.
Neste domingo, o ministro de Finanças Pierre Moscovici disse à rádio Europe 1 que a França também pretende reforçar a troca de informações bancárias dentro da Europa, com base na lei americana de conformidade tributária de contas no exterior. Essa legislação exige que os contribuintes americanos informem seus ativos financeiros no exterior à agência tributária dos EUA (IRS, na sigla em inglês) e também que as instituições financeiras estrangeiras informem contas mantidas por clientes americanos, num esforço para combater a evasão fiscal dos contribuintes para o exterior. As informações são da Dow Jones.
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