Marcas desconhecidas apostam na nostalgia para alavancar vendas de celulares

Estadão Conteúdo
05/03/2017 às 13:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:37

Sem o lançamento do Galaxy S8 e com intermediários fazendo mais sucesso que os smartphones mais avançados mostrados no Mobile World Congress, duas marcas adormecidas roubaram a cena: Blackberry e Nokia. Agora sob a batuta da TCL, chinesa que também detém as marcas Alcatel e Palm, a Blackberry volta com o KeyOne, um smartphone com sistema operacional Android com teclado físico, que deve chegar ao Brasil nos próximos meses, mas ainda sem preço definido.

O aparelho deve chegar ao País com foco no mercado corporativo, que a Blackberry perdeu nos últimos anos depois do avanço do iPhone e dos smartphones com Android. A empresa tenta se diferenciar com o teclado e o aplicativo de mensagens Blackberry Messenger, que fez grande sucesso muito antes de o WhatsApp surgir.

O desafio é dos maiores na indústria de smartphones, já que a Blackberry hoje tem participação próxima a zero no mercado - só 200 mil aparelhos da marca foram vendidos em 2016, de acordo com dados divulgados em fevereiro pela Gartner.

Já a Nokia, que hoje é uma marca da também finlandesa HMD Global, decidiu lançar no MWC não só sua linha de smartphones com sistema operacional Android, mas também relançar o icônico 3310. Com o tradicional toque da marca reformulado e uma nova versão do "jogo da cobrinha", o 3310 é um celular básico que não tem tela sensível ao toque e só funciona em redes 2G, mas tem uma bateria que promete 22 horas de duração ou até um mês no modo de espera.

Muito embora pareça apenas uma ação de marketing, a analista de mercado Annette Zimmermann, do Gartner, lembra que existe ainda em vários mercados emergentes espaço para celulares básicos.

Além disso, trata-se de uma forma de reconstruir a marca para que o próximo aparelho, se for um smartphone, seja da Nokia. No Brasil, onde a marca continua sendo lembrada pelos consumidores em pesquisas de mercado, o analista da IDC Brasil Leonardo Munin afirma que a Nokia tem chances se vier com preços competitivos, como os que vai praticar em países europeus. 

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