Meirelles diz que recuperação pode ser mais rápida e surpreender analistas

Estadão Conteúdo
17/06/2016 às 22:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:57
 (Antônio Cruz/ Agência Brasil)

(Antônio Cruz/ Agência Brasil)

A profunda crise econômica do Brasil pode ser superada mais rápido do que muitos analistas esperam, mas uma eventual recuperação pode vir com crescimento lento, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Meirelles afirmou que uma taxa de crescimento sustentável e não inflacionista para economia brasileira seria em torno de "2% a 2,5%", muito mais lenta que a taxa recorde de 7,6% observada em 2010, apesar de uma forte reversão da atual contração econômica.

O ritmo da recuperação depende da aprovação no Congresso de uma emenda constitucional que pode limitar o crescimento dos gastos do governo nas próximas duas décadas, uma medida que melhoria a previsibilidade e atrairia investimentos, segundo o ministro, que manifestou confiança de que os deputados apoiarão seu plano.

"É muito claro para os políticos que a situação é insustentável", disse Meirelles em Brasília. "Os eleitores estão desempregados ou com medo de perder o emprego" afirmou. "Passar a reforma é a única forma de trazer os empregos de volta."

O plano de limitação de gastos foi bem recebido por analistas preocupados com o déficit orçamentário de 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) - 2,5% maior do que quando Dilma Rousseff assumiu, em 2011.

A economia brasileira pode ultrapassar temporariamente a estimativa de crescimento de Meirelles por "um ou dois anos", com a aceleração da economia, e uma recuperação pode vir mais rápido do que pensam muitos analistas, dada a capacidade ociosa do país, segundo o próprio ministro.

"Existem trabalhadores qualificados que estão desempregados", afirmou.

Leia mais:
Meirelles diz que cogita novas medidas antes de votação da PEC
Fazenda propõe validade de 20 anos para limite de gastos do governo
Meirelles cobra empenho do Congresso para aprovar medidas fiscais

Mas poucos acreditam que seu desafio será fácil. A maior economia da América Latina está no meio de uma recessão profunda, que já apagou milhões de empregos.

O recuo econômico está coincidindo com uma profunda crise política. Recentemente, o presidente em exercício Michel Temer foi envolvido em um escândalo de corrupção na Petrobras por um delator. Temer nega as acusações.

O peemedebista indicou Meirelles para a Fazenda com o intuito de implementar uma agenda amigável aos negócios, que inclui restringir o déficit orçamentário e aliviar a carga das dívidas.

O ministro da Fazenda disse que está tentando não pensar nos acontecimentos políticos e apenas toca as reformas que julga necessárias. Ele disse estar relutante em implementar aumento de impostos para melhorar a situação Fiscal do País, uma opção que seus antecessores estavam tentando aprovar no Congresso.

Fonte: Dow Jones Newswires

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por