(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu que há espaço para negociação nos termos da reforma da Previdência para que seja aprovada no Congresso. Segundo ele, é possível estudar mudanças que não afetem a equidade e o equilíbrio fiscal. O ideal, porém, seria aprovar o substitutivo do jeito que está.
"Eu tenho a avaliação que, de fato, o trabalho que está sendo feito de esclarecimentos nos últimos tempos, nas últimas semanas, está começando a surtir resultado. E há indicações de que tem um número maior de parlamentares favoráveis à reforma. A gente continua trabalhando e vamos aguardar até o dia da votação", declarou Meirelles, após palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Segundo o ministro, a reforma da Previdência está planejada para ser votada no dia 19 de fevereiro. Ele defendeu a importância da aprovação no Congresso para o cumprimento do Teto dos Gastos. "O teto de gastos é fundamental", lembrou.
O ministro destacou que, se a reforma da Previdência for aprovada agora, não fará mais parte do debate eleitoral. "Eu acho muito importante o Brasil passar por isso (Previdência), resolver e continuar", contou. "Reforma da Previdência no Brasil não é opinião, é necessidade."
Meirelles disse que, no México, a idade média de aposentadoria para homens é de 72 anos, contra 59,4 anos no Brasil. No caso de homens de alta renda, a idade média para aposentadoria cairia a 55 anos. "A renda per capita é parecida, tem condições econômicas parecidas, não tem muita diferença de expectativa de vida", comparou.
"Tudo é ponto de vista, a questão é explicar para diversos públicos", acrescentou, lembrando, que, nos Estados Unidos, os trabalhadores atingem o teto de 100% do valor da aposentadoria, em média, aos 70 anos de idade. Meirelles frisou que uma das questões citadas em relatórios de agências de rating é a necessidade de aprovação de medidas fiscais e reforma da Previdência. Segundo ele, o mais importante na divulgação da nota das agências é dizer claramente os motivos do downgrade. "A reforma da Previdência acho que vai acontecer", concluiu.
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