(Cristiano Couto/Hoje em Dia)
O acirramento da competição no mercado de trabalho têm levado muita gente a procurar ajuda profissional para definir metas e traçar estratégias que levem a um melhor desempenho na carreira. Atualmente, essa “mãozinha” tem nome, preço e muita oferta. Trata-se do coaching (treinamento, em tradução livre), um processo personalizado de diagnóstico e estabelecimento de objetivos oferecido individualmente ou em grupo, dentro de uma empresa.
“É uma estrutura que foi elaborada para que o profissional se desenvolva. Ela surgiu nos Estados Unidos, por volta da década de 60, e chegou ao Brasil nos anos 90”, afirma a coach e presidente da Dasein Executive Search, Adriana Prates.
Segundo ela, diferentemente dos treinamentos e da terapia, por exemplo, o coaching casa as questões pessoais e profissionais de forma a levar o indivíduo a atingir as propostas feitas a si mesmo. O serviço é feito em sessões – em média, dez – e cada uma custa, no mínimo, R$ 300.
Timing
De acordo com a presidente da International Coaching Federation (IFC) em Minas Gerais, Júlia Ramalho, o coach normalmente é procurado quando o profissional não encontra saída para chegar até seus objetivos, mesmo tendo planos e gasto energia para a construção da carreira.
“Muitas vezes, não é só uma questão de caminhos pré-traçados, senão, os livros de auto-ajuda de carreira ou mesmo os fóruns na internet seriam suficientes. O coaching parte de uma escuta muito individual e vai traçando as etapas com base na vida do coachee (cliente)”, diz Júlia.
Mas, por outro lado, a presidente do IFC no Estado ressalta que há casos em que a questão não é treinamento e, sim, percepção de mercado. Manter o foco em uma área de atuação que não oferece muitas oportunidades pode contribuir para um estado de frustração que não será resolvido nem com a ajuda de um profissional capacitado. “As pessoas, hoje, estão mais ‘desbussoladas’. É preciso estar atento ao mercado e entender o que acontece nele”.
Especialistas ressaltam importância da sinergia
Diante de tanta oferta de coaches no mercado, especialistas alertam para o risco de se contratar profissionais que não sejam devidamente qualificados para exercer a função. Segundo a presidente da International Coaching Federation (IFC) em Minas Gerais, Júlia Ramalho, antes da contratação, é importante que o cliente marque um horário para conversar e conhecer o profissional que vai lhe atender.
“Para ver se ele te escuta, de fato, quais são suas credenciais, de onde ele vem, qual sua formação. E, o mais importante, um fator que transcende todos os protocolos: se sentir à vontade para falar com uma pessoa estranha e perceber que ela traz novidades”, afirma Júlia.
Experiência
Foi isso que fez o diretor da Zoom Comunicação, Admilson Resende. No início do ano passado, ele procurou uma empresa com boas referências e histórico na área para trabalhar junto aos seus funcionários, evitando os “picaretas”. Desde março de 2013, 17 profissionais vêm sendo acompanhados por coaches, individual e coletivamente.
“Estamos crescendo muito rapidamente e nossa equipe também. Quisemos investir nesse processo para as pessoas se conhecerem melhor, para homogeneizar a interação, ter mais sinergia e equilíbrio”, diz Resende.
Segundo a coach e presidente da Dasein Executive Search, Adriana Prates, o apoio de um profissional qualificado aumenta as chances de a orientação ser mais eficiente.
“É importante fazermos um planejamento de carreira. Ter um especialista nos apoiando, nesse caso, potencializa a possibilidade de dar certo”, afirma Adriana.