(Carlos Rhienck/Arquivo Hoje em Dia)
SÃO PAULO - O mercado imobiliário brasileiro vive, atualmente, um momento de acomodação e consequente queda no preço médio do metro quadrado, segundo especialistas. Em Belo Horizonte, houve recuo de 1,1% nos preços, entre junho de 2012 e janeiro deste ano. Com o resultado, a capital mineira aparece em sexto lugar no ranking dos metros quadrados mais caros do Brasil (R$ 5,01 mil).
A região da Savassi destaca-se pela média superior à da cidade, de R$ 7,57 mil o metro quadrado, segundo levantamento do Fipezap, indicador do mercado imobiliário composto pela variação de preços do metro quadrado dos imóveis anunciados pela internet, que somam quase 300 mil unidades todos os meses. Para o coordenador do projeto, Eduardo Zylberstajn, a tendência é a de que a demanda continue desacelerada, neste ano, em todo o Brasil, mas é preciso ter cautela antes de falar em bolha no setor.
“A redução da procura por imóveis não significa que ela vai deixar de existir. Em Belo Horizonte, desde 2009, houve aumento expressivo nos preços, mas, agora, a fase é mais tranquila”, afirmou o coordenador durante divulgação do levantamento, na última segunda-feira (4), em São Paulo.
Avanço moderado
De acordo com o economista do Departamento de Microeconomia do BTG Pactual, Danilo Igliori, embora o mercado brasileiro de imóveis venha apresentando crescimento satisfatório, ainda é considerado uma “criança”, quando comparado a outros países, como os europeus, por exemplo.
“O país tem potencial, porém, é preciso ter cuidado, porque a diminuição na oferta gera ciclos de instabilidade. Trata-se de um movimento normal, mas que deve ser tratado com cautela”, afirma Igliori.
O presidente da Abacefi, Marcelo Prata, destaca outro ponto a ser tratado com mais rigor pelo mercado: o perfil do consumidor. Atualmente, segundo ele, o comprador é mais criterioso e tem consciência de que tem opções e poder de escolha.
“O brasileiro, hoje, está mais social, tem mais renda e confiança no futuro. Isso vem aumentando, inclusive, o número de pessoas acima de 50 anos que buscam um financiamento para a casa própria”, diz Prata.
*Viajou a convite da Fipezap