SÃO PAULO - Depois do resultado abaixo do esperado da indústria no terceiro trimestre, analistas reduziram as projeções para a produção neste ano de 1,77% para 1,72%. Trata-se da terceira redução seguida no número, que há um mês indicava alta de 1,8% em 2013. Os dados fazem parte do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central toda segunda-feira. O relatório reúne previsões de cerca de cem instituições financeiras do país sobre os principais indicadores econômicos. O desempenho mais tímido da indústria não deve afetar o crescimento neste ano. A previsão para o PIB foi mantida em 2,5% pela terceira semana seguida, nível que vem se mantendo desde o início de outubro apesar da expectativa de uma nova elevação para a taxa básica de juros na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano, no final deste mês. Os analistas passaram a sustentar a hipótese de que os juros terminassem em 10% em 2013 há três semanas, quando também adotaram a visão de um novo ajuste já para o início do próximo ano. A taxa básica da economia, a Selic, deve subir para 10,25% em 2014, na visão do mercado. Apesar do cenário de maior aperto monetário, economistas ainda têm dúvidas sobre a inflação. As projeções para o IPCA de 2013, que se mantinham levemente acima de 5,8% desde o final de agosto, foram reajustadas na semana passada para 5,85%, ficando estável no relatório divulgado hoje. Em outubro, a inflação ganhou força devido à pressão dos alimentos, que tiveram impacto do dólar. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 5,84%, próximo ao estimado pelos analistas para o fim do ano. Para 2014, houve leve ajuste na projeção do IPCA, que subiu de 5,92% para 5,93%. Chama atenção, porém, o fato de a perspectiva de deterioração no índice de preços em meio a um cenário de crescimento menor. A previsão para o PIB do ano que vem foi reduzida para 2,11%, ante 2,20% há um mês.