(Mercedes/Divulgação)
A Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, propôs aos trabalhadores da unidade duas novas medidas de ajuste da produção de caminhões à nova realidade da demanda, em queda desde 2013. Entre elas, está a paralisação das linhas de montagem por 30 dias, em dezembro. Este ano, até maio, a comercialização de caminhões no Brasil acumula retração de 11,3% em relação a igual intervalo do ano passado. De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, a companhia pretende, além de interromper a produção em sua totalidade no mês de dezembro, suspender por cinco meses o contrato de trabalho de 150 funcionários. Hoje a planta opera com 900 empregados. As medidas serão discutidas pelos trabalhadores na próxima quarta-feira (18). Por meio de sua assessoria de imprensa, a montadora alemã confirmou negociações com o sindicato, mas não informou as medidas em discussão. “A paralisação em dezembro é praticamente certa. As negociações estão avançadas. Já a suspensão dos contratos ainda depende de mais conversas para definir como será sua execução”, afirmou o presidente do sindicato, João César Silva. A suspensão dos contratos em Juiz de Fora ocorreria de forma semelhante a que já foi realizada na fábrica da companhia no ABC Paulista. Os trabalhadores com contrato suspenso deverão fazer cursos profissionalizantes no Senai no período da suspensão. Assim, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) arcaria com um teto de R$ 1.300 dos vencimentos dos funcionários e o restante seria complementado pela Mercedes. A companhia anunciou recentemente a chamada “semana reduzida”, em que os trabalhadores têm a jornada de cinco dias por semana reduzida para quatro. Também concedeu férias coletivas entre 22 de abril e 12 de maio para um universo de 450 trabalhadores, ou 50% da força de trabalho. A Mercedes confirma que realizou, em um ano, a dispensa de cerca de 100 trabalhadores. A planta de Juiz de Fora tem capacidade instalada para produzir 50 mil chassis de caminhões ao ano, e estaria operando com menos da metade dessa capacidade.