(MTC/Divulgação)
Em Belo Horizonte, desde o início de dezembro, eventos em clubes, casas de shows, festas e salões de dança estão liberados, desde que obedecidos os protocolos sanitários vigentes determinados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Mesmo assim, não vai ser esse ano que os Réveillons tradicionais da capital mineira retornarão. Os motivos são basicamente dois: os clubes argumentam não ter havido tempo suficiente para preparação da festa e também porque ainda não é a hora de comemorar.
No caso da tradicional festa realizada no Pampulha Iate Clube, por exemplo, os dois fatores pesaram na decisão. “Inicialmente, estávamos aguardando a prefeitura liberar e isso aconteceu muito tarde, já não havia tempo para organizar uma estrutura de montagens, contratações, vendas e convites. Além disso, pesou que ainda não achamos que aglomerações sejam sadias”, conta o presidente do PIC, Wilson Filho.
Por meio da assessoria, o Minas Tênis Clube informou que também não realizará o evento, devido aos protocolos que o clube vem adotando ao longo da crise sanitária. “É uma definição, já prevista, relativa à pandemia. Não há relação com as decisões da PBH”, informou o clube.
Jantar
Já o Ouro Minas Palace Hotel, localizado na região Nordeste da capital, optou por não abrir o evento para o público, decidindo realizar somente uma ceia de Réveillon no restaurante Quinto do Ouro e no Espaço Niemeyer, com participação limitada a 120 hóspedes. A hospedagem na data, para dois adultos, custa de R$1.700 a R$2.260. De acordo com a assessoria do hotel, as diárias estão praticamente esgotadas.
“Não é um evento, é um jantar intimista para os hóspedes e, mesmo assim, pediremos comprovantes de vacina. Ainda há insegurança; hoje está aberto, amanhã não. Nada contra quem vai realizar, mas a gente acha que ainda não é o momento, o nosso evento é muito grande”, informou o hotel, por meio da assessoria.
O Automóvel Clube de Minas Gerais é outro que não realizará sua tradicional festa, conforme apurou a reportagem.
Só 20% dos bares e restaurantes farão festa na virada do ano, aponta pesquisa da Abrasel
Mesmo sem as tradicionais festas no radar, os bares e restaurantes da capital também não vão realizar comemorações na virada de ano. Pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) aponta que, dos 160 donos de estabelecimentos, apenas 20% responderam que vão abrir na ocasião, e a maior parte com cardápio fechado para realização de festas privadas. “Os belo-horizontinos, tradicionalmente, celebram réveillon em clubes. A maior parte dos bares prefere não abrir”, afirma Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG.
Segundo Matheus, o setor não é atrelado a datas comemorativas, mas se beneficia da flexibilização porque tem a oportunidade de funcionamento menos restrito. “Nenhum feriado salva o segmento porque movimento de um dia não adianta, o que a gente precisa é de constância para conseguir pagar contas”, diz.
Esse é o sentimento de André Panerai, sócio do Jângal, bar localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte que, este ano, vai realizar seu Réveillon no espaço "Mariangela", localizado no Jardim Canadá, em Nova Lima. De acordo com André, a previsão é de mil pessoas no local. O lote, que está na faixa de R$ 300, já tem 60% dos ingressos vendidos.
Em relação à insegurança para realizar o evento, o empresário se disse apreensivo. “Estamos vendo que os Réveillons das prefeituras estão sendo cancelados. Mas nós somos o setor mais atingido pela pandemia, todos os produtores estão com receio, mesmo assim, precisamos continuar trabalhando”, disse.