A meta de inflação no Brasil não é mais de 4,5%, mas de 5,5%. Essa é a conclusão de um trabalho elaborado pela consultoria A.C. Pastore & Associados, do economista e ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore, feito com base nas expectativas do próprio mercado financeiro.
"Como o teto do intervalo contendo a meta continua sendo de 6,5%, a banda para acomodação de choques é de apenas um ponto porcentual para cima da meta informal de 5,5%", afirma um trecho do relatório.
O trabalho nota que, nos últimos anos, ocorreram oscilações frequentes da inflação iguais ou maiores do que um ponto porcentual em relação à meta. Por isso, argumenta que "cresceu a probabilidade" de a inflação superar o teto da meta. "Para um Banco Central que vem perdendo credibilidade, esta não é uma boa notícia", diz o texto.
Apesar dessa conclusão, a A.C. Pastore ressalta que "não há, diante dessa sinalização, a acusação de que o Banco Central teria abandonado o controle da inflação". "Mas há uma clara indicação de que as autoridades abandonaram a meta de 4,5%, passando a perseguir uma meta mais elevada."
Para a consultoria, a sugestão dada pela combinação da estabilidade das expectativas de inflação junto com manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 7,25% ao ano por um extenso período é de que o BC "estaria satisfeito" com uma inflação de 5,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br