Os sindicatos que representam os metalúrgicos estão se mobilizando no Estado de São Paulo para conseguir reajustes salariais, numa queda de braço com os empresários do setor. Hoje, cerca de 56 mil metalúrgicos na região do ABC paulista realizam uma paralisação de 24h nas fábricas. Amanhã, há possibilidade de o movimento ser realizado em São José dos Campos e, além disso, sindicalistas de Sorocaba e região e São Carlos estão em prontidão para agir.
A adesão à paralisação no ABC foi de 80%, dentre os 70 mil trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que participam de campanha salarial este ano. A paralisação dos 56 mil trabalhadores do ABC pode se estender por prazo indeterminado, caso as negociações com o setor patronal não avancem.
A medida é uma forma de pressão dos trabalhadores para que as empresas façam proposta de reajuste salarial que se aproxime das reivindicações da categoria. Os metalúrgicos não aceitam proposta de reajuste sem aumento real. Até agora, exceto o setor de fundição, a classe patronal apresentou proposta de aumento de 5%, o que não repõe a inflação do período (5,39%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC), de acordo com a Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM CUT-SP).
No interior do Estado
Além dos metalúrgicos do ABC, os trabalhadores da região de São José dos Campos (SP) podem entrar em greve a partir de amanhã, terça-feira. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, tem reunião marcada com os trabalhadores para as 18h de hoje para decidir os rumos da mobilização. A expectativa, segundo o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros, é de que os 44 mil trabalhadores da base do sindicato cruzem os braços a partir desta terça.
Os metalúrgicos de São José dos Campos pedem 7,48% de aumento real, além da reposição da inflação. De acordo com o vice-presidente do sindicato, a maioria das propostas foi de 5% de reajuste, o que exclui aumento real nem cobre a inflação do período.
Em Sorocaba, os trabalhadores irão realizar protestos e paralisações a qualquer momento. Hoje, os metalúrgicos de uma das fábricas da região atrasaram 2 horas e 30 minutos a entrada do primeiro turno de trabalho. No período da tarde, cerca de 2 mil metalúrgicos de diversas fábricas protestaram por cerca de 1 hora na zona industrial da cidade.
A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, que faz parte da base da FEM, se reuniu nesta tarde para definir as estratégias de mobilização da categoria e deliberou que os protestos continuam ao longo da semana. São 46 mil trabalhadores concentrados na base do sindicato. A montadora Toyota, recém inaugurada na cidade, não participa da campanha salarial.
A região de São Carlos também terá uma semana de protestos na porta das empresas. Hoje, atrasos de cerca de 20 minutos em todos os turnos são realizados pelos metalúrgicos da base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Região, que tem 13 mil trabalhadores. Os funcionários da Volkswagen na região não participam da campanha salarial, pois fecharam acordo por dois anos em 2011.
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