(Frederico Haikal - Hoje em Dia)
Nas oito vilas que compõem o aglomerado da Serra – o maior conjunto de favelas de Belo Horizonte, com cerca de 45 mil moradores –, 406 pequenos negócios foram formaliza[/LEAD]dos nos últimos dois anos. Dezenas de outros estão em vias de formalização. O responsável pelo fenômeno é o microcrédito. Desde que chegou ao aglomerado da Serra, em 2011, o programa BH Negócios já contatou 1.100 micros e pequenos empresários que atuam na informalidade. O objetivo é capacitar pequenos empresários, auxiliando-os na formulação de planos de negócios e captação de crédito. O programa é desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) e a Federação das Associações de Microempresas (Femicro-MG). Os empréstimos são concedidos pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Sair da informalidade é o primeiro passo para o empresário que pretende tomar o microcrédito. Esse pode chegar a até R$ 15 mil, com juros de 0,41% ao mês e pagamento em até 18 meses, sem carência. Não é muito dinheiro, mas o bastante para dar um empurrão em pequenos negócios. Negócios de família É o caso de Maria das Graças dos Santos, de 50 anos, e de seus filhos Lucas e Marcos Simões dos Santos, de 22 e 19 anos. Ela é dona de uma loja de roupas e os filhos, de escola de música e lan house, respectivamente. Maria das Graças, que vendia roupas usadas, tomou R$ 5 mil no microcrédito e passou a trabalhar com roupas novas, artigos de cama e mesa e material escolar. Paga R$ 225 por mês e já está em vias de quitar o débito. Lucas montou uma escola de música – conta com 40 alunos e um rendimento líquido mensal entre R$ 3 mil e 4 mil. Ele tomou R$ 8 mil e paga prestações de R$ 350. Já Marcos pegou empréstimo de R$ 9 mil e montou uma lan house. Comprou 10 computadores e móveis. Espera quitar o débito no início de 2013. Na Serra, os empresários interessados são selecionados no Centro de Referência e Assistência Social Marçola (Cras Vila Marçola). Angelino Petinelli, coordenador do Programa BH Negócios no Cras Marçola, diz que os agentes identificam os potenciais empreendedores e atacam as dificuldades por meio de consultorias e cursos específicos. A analista do Sebrae Márcia Valéria Cota Machado explica que os interessados recebem orientações relacionadas com venda, finanças, fluxo de caixa e enquadramento da atividade para quando o empreendedor for registrar o negócio.