(Frederico Haikal)
A participação de 4,85% de Minas Gerais nos investimentos em infraestrutura públicos e privados previstos para o país até 2018, a menor da região Sudeste, levou o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, a cobrar do governo federal mais agilidade nos projetos em implantação no Estado.
Ele citou as concessões rodoviárias e do aeroporto de Confins como exemplos de iniciativas federais que ainda não saíram do papel e que impedem uma colocação melhor de Minas Gerais no ranking dos Estados que receberão maior volume de aportes no período 2013-2018.
Como informou ontem o Hoje em Dia, levantamento da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), entidade técnica que reúne empresas dos dois setores, revelou que o Estado terá R$ 57,9 bilhões em investimentos em infraestrutura, somados os aportes públicos e privados. Em todo o país serão investidos 1,194 trilhão em infraestrutura até 2018.
“Gostaria de ser o primeiro no ranking. Mas temos aqui (em Minas Gerais) a questão do conjunto de grandes obras do governo federal e de concessões que não saem. É o caso do aeroporto de Confins, da BR-381, da BR-040. Esperamos que isso avance e que assim esse ranking melhore”, afirmou o governador, em entrevista durante o lançamento da Semana Global do Empreendedorismo, na Cidade Administrativa.
O vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel, disse que a política que existe na relação dos Estados com a União interfere na posição de Minas no ranking. “Por mais que importantes setores da economia tenham que receber recursos da União independentemente da relação política, é essa relação que pode definir a agilidade com que isso ocorre”, observou.
Abandono
O abandono da malha rodoviária mineira, a maior do país, com quase 22 mil quilômetros, é corroborado pela pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, divulgada no início deste mês. De acordo com o estudo, 68,2% das vias apresentam problemas estruturais. São 9.746 quilômetros classificados como regular, ruim ou péssimo. A má conservação coloca o Estado abaixo da média nacional. No Brasil, 63,8% das estradas têm algum tipo de problema.
Embora tenha a maior malha rodoviária, Minas Gerais é, proporcionalmente, o 16º em investimentos, com R$ 930 mil por quilômetro, entre 2002 e 2013.
Indústria lidera aportes
Do total que será investido em Minas Gerais, segundo a Sobratema, a indústria vai receber a maior parte, R$ 24,4 bilhões. O segmento de transportes terá R$ 10,3 bilhões e o saneamento, R$ 7,5 bilhões. Energia terá R$ 2,4 bilhões e óleo e gás, R$ 1,4 bilhão. Infraestrutura de habitação ficará com R$ 855 milhões até 2018. Outros setores somam R$ 10,8 bilhões. O total em Minas é correspondente a 4,85% do Brasil e 9,8% do Sudeste.