CNPJ no vermelho

Minas é vice-líder no ranking de empresas endividadas em novembro

Janaína Fonseca
jmaria@hojeemdia.com.br
Publicado em 27/12/2022 às 14:54.
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Minas Gerais é o segundo Estado brasileiro com maior número de empresas no vermelho em novembro. São 623.601 CNPJs mergulhados em dívidas e inadimplência, principalmente no setor de serviços. O Estado só perde para São Paulo, que tem o recorde de mais de 2 milhões de negócios com o nome negativado.

No país, segundo dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, o cenário é recorde, com 6,4 milhões de empresas em situação financeira crítica.

Novembro, segundo a Serasa, marcou outros números históricos, como o valor acumulado das dívidas, que chegou a R$ 108 bilhões. Esse foi o pior cenário de negativação para o mês desde 2016, início da série histórica do índice.

Foram registrados 6.392.011 negócios no vermelho no Brasil. Além disso, desde o início de 2022, o índice não marcou nenhuma queda e o cenário de inadimplentes apenas se agravou.

Em comparação com novembro de 2021, o número de empresas inadimplentes no país saltou 8,75%, com 514.662 CNPJs a mais na lista de devedores.  

Ainda de acordo com o indicador, a quantidade de dívidas e o valor acumulado delas também registraram recordes históricos. Foram 45 milhões de débitos negativados no período, totalizando R$ 108 bilhões. Cada CPNJ no vermelho tinha cerca de sete dívidas a pagar.

Reação
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a melhora desse quadro de inadimplência das empresas depende de uma reação em cadeia. “Para que esse cenário mostre uma visão mais positiva, é necessário que os consumidores consigam sair da inadimplência, aumentem seu poder de compra e comecem a honrar com seus compromissos financeiros, além de consumir mais. Esses dois fatores deverão contribuir para o fluxo de caixa dos negócios que, só então, conseguirão se organizar financeiramente”, avalia.

Setor
A análise por setor revela que mais da metade das empresas inadimplentes atua no segmento de Serviços (53,5%). Em sequência está a parcela do Comércio (37,5%), Indústria (7,7%), setor Primário (0,8%) e Outros (0,4%).

Outro recorte mostra em quais segmentos os empreendimentos inadimplentes mais adquiriram suas dívidas. O destaque fica para a categoria “Outros”, que engloba em sua maioria Indústrias, além de empresas do terceiro setor e do agronegócio. Os débitos também mostram alto nível de aquisição na área de Serviços e Bancos e Cartões.

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