Recuperado da pressão inflacionária dos primeiros meses do ano, em dia com os tributos e livre das dívidas do ano anterior, o brasileiro acelerou o ritmo de consumo de bens não duráveis (alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza do lar) no segundo trimestre de 2013. No período, a receita do comércio com a venda desses bens, boa parte deles de necessidade básica, teve variação positiva de 11% em relação aos três meses anteriores.
Os dados são do estudo Consumer Insights, da empresa de investigação, informação e consultoria Kantar Worldpanel. De acordo com o levantamento, o aumento do faturamento do comércio veio da mudança de hábitos de consumo e da troca de produtos básicos por outros de maior valor agregado. Isso porque, em unidades vendidas, o crescimento no país foi bem menor, de apenas 2%.
Minas Gerais, Espírito Santo e o interior do Rio de Janeiro foram as regiões que registraram maior crescimento de volume vendido, 7%, ante o mesmo período de 2012.
“Agora, o ritmo inflacionário diminuiu e os preços não estão oscilando para cima, então, as pessoas estão voltando a consumir”, afirma o analista de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais, Juan Moreno.
Minas puxa a recuperação do consumo no país
Dinheiro no bolso
Para o autônomo, músico e ex-estudante de Direito Giácomo Ferreira, a segunda metade do ano é sempre mais tentadora quando o assunto é consumo. “Gastar menos nos primeiros meses e liberar depois é algo frequente na minha vida”, diz.
Aos 26 anos e ciente do descontrole financeiro, ele já começa a repensar esse hábito. “Estou gastando mais do que recebo. Por isso, tive que abandonar a faculdade”, afirma Ferreira.
Ao contrário do músico, porém, a tendência é a de que a população mineira mantenha em alta o nível de consumo, ao menos pelos próximos meses. A economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, Ana Paula Bastos, lembra que as datas comemorativas mais importantes ainda estão por vir.
“Natal e Dia das Crianças têm um apelo muito forte. Nem o aumento da Selic (taxa básica de juros) deverá ser problema. Não deveremos ter um crescimento tão grande quanto o de anos anteriores, mas, ainda assim, haverá elevação na curva de consumo”, diz Ana Paula.
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