de volta ao mercado

Minas registra aumento de 34% no número de empresas encerradas em 2021

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
18/02/2022 às 06:30.
Atualizado em 18/02/2022 às 07:44
BAIXA – Depois de fechar o restaurante que tinha em Contagem, Juarez Pereira voltou ao mercado como vigilante (Maurício Vieira)

BAIXA – Depois de fechar o restaurante que tinha em Contagem, Juarez Pereira voltou ao mercado como vigilante (Maurício Vieira)

Dados da Receita Federal apontam que em Minas Gerais o ano de 2021 encerrou com 34% a mais no número de baixas de CNPJ em relação a 2020, ano em que se instalou a pandemia de coronavírus. No total, em 2021, foram 165 mil encerramentos no Estado, enquanto em 2020 foram 123 mil. A alta no número pode ser explicada, pelo menos em parte, como um reflexo da retomada gradativa do emprego, levando muitos empreendedores que haviam constituído firmas em 2020 a retornarem ao mercado de trabalho como empregados.

Essa é a tese defendida pelo superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha. “Os reflexos negativos da pandemia sobre as empresas e o mercado de trabalho causaram um movimento intenso na abertura de registros de Microempreendedor Individual (MEI) naquele período. Com a retomada gradativa do emprego, tudo indica que parte desses empreendedores pode ter encerrado as atividades empresariais, para retornar ao mercado de trabalho, em busca de maior estabilidade”, avalia.

Mercado formal

A busca pelo mercado formal foi o caminho escolhido por Bianca Leão. Microempreendedora no setor de moda íntima, ela encerrou a empresa em Belo Horizonte e buscou uma oportunidade com carteira assinada. “Eu tinha um dinheiro parado e resolvi investir em um negócio próprio. Mas, diante das dificuldades da pandemia, acabei optando por retornar ao mercado de trabalho”, disse.

Ela encerrou as atividades da empresa e foi trabalhar em um escritório de contabilidade, sua área de formação. “Estou muito satisfeita com a mudança e não pretendo abrir outra empresa, não por enquanto”, disse.

Impacto da pandemia

Formado em gastronomia e dono de restaurante em Contagem desde 2011, Juarez Pereira também fez no ano passado a escolha difícil de fechar o negócio próprio e partir para um emprego formal. “Cozinhar é uma paixão, mas estava muito difícil manter a estrutura do restaurante. Está tudo muito caro, fica difícil sustentar. Nós fechamos por necessidade, mas eu nunca vou conseguir me afastar totalmente da gastronomia”, disse. 

Ele conta que, com a necessidade de encerrar o atendimento ao público durante a pandemia, ficou difícil pagar o aluguel e as contas em dia. Mesmo trocando de local, não foi possível manter a empresa aberta. Em março de 2021, ele pendurou a roupa de chefe e vestiu o uniforme de vigilante.

Setores

Os dados indicam queda no saldo de novas empresas em todos os portes e setores. Os microempreendedores individuais são o destaque negativo com fechamento de empresas 50% maior em relação ao ano anterior. O setor que mais encerrou negócios foi a indústria, com um número 25% maior em 2021 quando comparado com 2020. 

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