Ministério Público vai apurar falta de gasolina no RS

Elder Ogliari, Eduardo Rodrigues e Tássia Kastner
20/10/2012 às 09:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:23

O Ministério Público Federal instaurou um procedimento administrativo para apurar os motivos do desabastecimento de combustíveis no Rio Grande do Sul. Durante esta semana muitos dos 3.131 postos do Estado receberam somente 40% do volume que as distribuidoras costumavam entregar diariamente, de acordo com cálculo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro). "Nesse momento temos 38 pontos de venda parados por falta de produto", afirmou o presidente da entidade, Adão Oliveira. São postos que esgotaram seus estoques durante o dia e ficaram esperando pela entrega do dia seguinte.

A explicação da Petrobras, divulgada por nota, tem sido a de que "devido às condições climáticas desfavoráveis para a amarração de navios e descarga de matéria-prima no terminal marítimo de Tramandaí, a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) está com a sua produção reduzida".

A estatal ressalta, ainda, que "está oferecendo formas complementares de suprimento à região mediante a utilização de alternativas logísticas negociadas com as companhias distribuidoras".

Revendedores dizem ter sido informados que as distribuidoras têm se abastecido na Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, no Paraná, para levar combustíveis ao Rio Grande do Sul.

Tanto a Petrobrás quanto o Sulpetro acreditam que o problema será resolvido nos próximos dias porque desde quarta-feira as condições climáticas voltaram a permitir a transferência de petróleo para as monoboias de Tramandaí, de onde a matéria-prima é conduzida por dutos até a Refap, onde é transformada em gasolina, óleo diesel, querosene de aviação e solventes. O sindicato espera que o abastecimento se normalize na segunda-feira. A estatal não especificou a data.

O Ministério Público Federal deu prazo de cinco dias, a contar de ontem, para que todos os envolvidos na cadeia do abastecimento, expliquem o que ocorreu e informem os procedimentos tomados para a solução do problema. "Se realmente o fator climático é decisivo, é necessário um plano de contingência", afirmou o procurador da República Nilo Marcelo de Almeida Camargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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