Ministro das Finanças grego renuncia ao cargo

Estadão Conteúdo
06/07/2015 às 08:24.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:47

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, disse nesta segunda-feira que renuncia ao cargo para ajudar o país a chegar a um acordo de resgate com os credores após a vitória do "não" no plebiscito de domingo. "Logo depois do anúncio do resultado do plebiscito, fui alertado de uma certa 'preferência' por parte de alguns participantes do Eurogrupo (...) pela minha 'ausência' das reuniões, uma ideia que o primeiro-ministro julgou ser potencialmente favorável a ele na busca por um acordo. Por esta razão, estou deixando o Ministério das Finanças hoje", afirmou Varoufakis em um comunicado.

O governo da Grécia vai nomear o novo ministro de Finanças do país ainda hoje, em substituição a Yanis Varoufakis, segundo comunicado do porta-voz do governo em Atenas, Gabriel Sakellaridis. O anúncio será feito após uma reunião de líderes partidários, informou Sakellaridis.

Vitória do não

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse que a vitória do "não" no plebiscito deste domingo sobre novas medidas de austeridade exigidas pelos credores do país é "uma mostra de que a democracia não será chantageada". Em discurso transmitido pela televisão grega, ele agradeceu aos eleitores gregos por fazerem "uma escolha muito corajosa".

Tsipras também disse que "o povo grego respondeu à verdadeira questão que estava colocada: que tipo de Europa queremos? A resposta é: uma Europa de solidariedade" e que "hoje nós celebramos a vitória da democracia. Amanhã, continuaremos nosso esforço nacional para chegar a um acordo com os credores". O primeiro-ministro acrescentou que pediu ao presidente da Grécia, Prokopis Pavlopoulos, que convoque uma reunião de emergência com os líderes de todos os partidos políticos para esta segunda-feira.

Tsipras também disse que "a questão da nossa dívida agora estará na mesa de negociação, à luz do recente relatório do FMI sobre sua sustentabilidade". Na última quinta-feira, o FMI havia divulgado relatório no qual afirma que a dívida da Grécia precisará de uma reestruturação - posição que o governo grego vinha defendendo, em oposição à dos demais governos dos países da zona do euro. Ele afirmou também que "nossa prioridade imediata é restaurar o funcionamento de nosso sistema bancário e a estabilidade econômica".

Sobre o risco de que a rejeição das medidas de austeridade exigidas pelos credores leve a Grécia a sair da união monetária europeia, o primeiro-ministro disse: "Estou ciente de que o mandato que me foi dado não é para uma ruptura com a Europa, mas um mandato que reforça nossa força de negociação para que se chegue a um acordo sustentável. Todos nós sabemos que não há soluções fáceis, mas há soluções justas. Há soluções sustentáveis. A partir de amanhã, a Grécia vai se sentar à mesa de negociações".
 

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