MMX demite 120 empregados em minas de Brumadinho

Bruno Porto - Hoje em Dia
11/07/2013 às 06:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:57

A MMX demitiu 120 trabalhadores entre junho e julho e sinalizou novos cortes, de acordo com o Sindicato Metabase de Brumadinho, que representa os trabalhadores da empresa. Outras cerca de 10 dispensas estão com suas homologações agendadas no sindicato.

O motivo dos cortes seria um processo de corte dos custos, uma vez que não está prevista redução no volume de minério de ferro produzido.
A empresa recentemente também interrompeu seu plano de expansão, orçado em R$ 4,8 bilhões. A MMX é o braço de mineração do grupo EBX, de Eike Batista, que atravessa um período de crise financeira e revisão de planos de investimentos.

Tico-Tico e Ipê

A MMX opera duas minas no Estado - Tico-Tico e Ipê - e informou, em nota, que ajustes pontuais estão sendo realizados em virtude da revisão de seu plano de investimento. “Como consequência deste processo de revisão, várias ações vêm sendo planejadas e executadas, podendo incluir ajustes pontuais e específicos em seu quadro funcional. A companhia segue desenvolvendo suas atividades em Minas Gerais e detém hoje mais de mil empregados próprios, sendo a maior parte deles alocada no Estado”, diz a nota.

O presidente do Sindicato Metabase de Brumadinho, Agostinho José de Sales, disse que os trabalhadores que perderam o emprego são das áreas administrativas e operacionais. “A empresa alega uma readequação, mas é a velha história de redução de custos”, afirmou.
Segundo ele, são empregados da MMX na base do sindicato, após os cortes, 700 trabalhadores.

O plano de investimento em revisão pela MMX previa inicialmente uma injeção de R$ 4,8 bilhões para aumentar a capacidade de produção de minério de ferro dos atuais 8,7 milhões de toneladas ao ano para 29 milhões de toneladas anuais. A previsão era a de que a nova planta da Unidade Serra Azul entrasse em operação até 2014.

SIX

Outro empreendimento do grupo em Minas é a Six Semicondutores, uma fábrica de chips com aplicações industriais e médicas, em construção em Ribeirão das Neves, com orçamento de R$ 1 bilhão.

Procurados ontem, os sócios do empreendimento silenciaram sobre o futuro do negócio. Nenhuma das partes com participação acionária respondeu aos questionamentos apresentados até o fechamento desta edição. O governo de Minas informou que as obras estão dentro do cronograma, e Matec, sócia e responsável pelas obras, informou que orçamento e cronograma seguem inalterados.

A EBX e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são majoritários no negócio - com 33% de participação acionária cada - e não se pronunciaram. A multinacional IBM tem 20% do capital e informou que não vai comentar o assunto. Também sócio do negócio, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que preferiu não comentar o assunto.
 
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