Montadoras apuram queda de 10,9% nas vendas de julho

Os emplacamentos de veículos leves da Fiat, localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram reduzidos em 24,3% em julho no confronto com igual mês do ano passado.

O índice é mais de duas vezes superior à média de todas as empresas do setor, que somaram queda de 10,9% na mesma base de comparação, segundo divulgou ontem a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Os emplacamentos da Ford caíram 8,6% e os da Volkswagen, 32,4%, enquanto os da General Motors subiram 6,7%.

Apesar do resultado ruim, a Fiat afirma que houve declínio do estoque tanto no pátio da fábrica quanto nas concessionárias. “A Fiat monitora os estoques e o mix de produção e não tem, neste momento, programação de parada técnica da linha de produção”, afirmou a empresa em comunicado.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Igarapé e São Joaquim de Bicas, João Alves, confirma que as empresas da região não têm demonstrado a intenção de demitir em massa ou de conceder férias coletivas.

Segundo a Anfavea, os estoques declinaram de 415,5 mil veículos em junho para 395,9 mil em julho. Destes, 297,9 mil estão à venda nas concessionárias, enquanto os restantes 98 mil estão nos pátios das montadoras. O estoque em julho correspondeu a 35 dias de vendas – 26 no pátio e nove nas concessionárias. Em junho, o estoque representava 39 dias – 30 no pátio e nove nas concessionárias.

Para o presidente do Lean Institute e especialista no setor automotivo, José Roberto Ferro, trata-se de um “soluço” do setor que, embora seja aparentemente passageiro, não deve ser ignorado. O cenário econômico internacional não é dos melhores. E, no Brasil, o ambiente não é diferente. “O dólar instável e a situação complicada do país não devem ser descartados como motivos para a queda. Mas acredito que, em breve, haja retomada”, diz.

Na avaliação do diretor do Centro de Estudos Automotivos, Luiz Carlos Mello, as montadoras têm perdido clientes em função de não atender ao gosto dos consumidores. “Principalmente em questão de estética, há um descompasso entre o que o consumidor quer e o que a montadora produz”.

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