Negócios inovadores e empreendedores ganham força em Minas

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
13/03/2014 às 07:20.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:35
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

A transformação de ideias criativas em negócios lucrativos é um movimento que vem ganhando força em Minas Gerais. Novos empreendedores, que deixam as carreiras de lado para apostar no lançamento de produtos e serviços inéditos, de reprodução fácil e em larga escala, já são considerados uma tendência. Mas, segundo especialistas, é preciso cautela antes de se arriscar na abertura de uma empresa inovadora.   De acordo com o gerente do Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (SEED), programa de aceleração de ideias do Governo do Estado, Leandro Campos, as chamadas startups ainda são um risco pelo alto índice de insucesso que apresentam.   “As estatísticas mais otimistas mostram que de cada dez, oito morrem no caminho. Mas é no risco que existem mais chances de ganho e essa é a expectativa dos empreendedores dessa área. Eles não esperam uma receita medíocre. Estão ali para conquistar o mundo”, afirma Campos.   Na tentativa de reduzir a média de casos mal sucedidos, o SEED vem selecionando 40 projetos por turma e oferecendo capital semente no valor de R$ 68 mil para iniciativas com dois participantes e de R$ 80 mil para aqueles com três participantes, além de um programa de aceleração durante seis meses.   “A gente espera que, ao final desse período, os negócios que sobreviverem já alcancem o estágio de atrair investidores”, diz o gerente.   Considerações   O vice-presidente de Negócios e Relacionamento do Angels Club, plataforma de investidores com sede em São Paulo, Junior Bornelli, lembra que, antes de partir para a prática, é preciso identificar algumas características que serão determinantes para se ter êxito com uma startup.   “Quem decide lançar um empreendimento como esse precisa entender que a ideia deve ser original, permitir produção em escala rapidamente e tornar-se um produto ou serviço que traga um diferencial para o mercado”, afirma Bornelli.   A partir daí, a recomendação é buscar fontes de recursos que levem o empreendedor à etapa seguinte do processo: os investimentos que vão permitir chegar à fase de produção.   “Alguns pontos de apoio são as universidades com programas de incubação, que oferecem uma estrutura mínima para operação do negócio, como salas, telefones e internet. Depois disso, o empreendedor pode tentar ir direto para o mercado ou seguir para uma aceleradora, que oferece atenção especial e faz em seis meses o que se levaria até dois anos”, diz o representante da plataforma.   Trabalho conjunto   Para Leandro Campos, do SEED, outro fator importante é a equipe que forma a startup. Segundo ele, o grupo precisa ter afinidade e estar em consonância, tanto para o negócio prosperar quanto para se manter unido durante momentos difíceis.   “O ingrediente mais importante para o sucesso é uma equipe multidisciplinar, complementar, com boa capacidade de execução. Isso conta mais do que a ideia do projeto, que pode ser alterada diversas vezes ao longo do processo”, diz o gerente.   Do risco inicial para a empresa concreta   O empresário Gustavo Travassos é um exemplo de empreendedor que partiu do risco para o mundo dos negócios. Há cerca de um ano, ele e outros 11 amigos, a maioria da área de softwares e hardwares, decidiram apostar todas as fichas em uma startup voltada para automa-ção de residências e pequenos negócios.   A Denox, como foi batizada, será inaugurada nesta quinta-feira (13). O serviço oferecido permite receber no smartphone, tablet ou e-mail informações do que acontece em casa ou no trabalho por meio de conexão 24 horas.   “De certa maneira, fazemos coisas que já eram feitas, mas simplificamos em uma única plataforma. A nossa ideia não é concorrer (com empresas com propostas semelhantes), mas ser uma plataforma do produto que elas já oferecem”, diz.   Incomum   Diferentemente da maioria das startups, a Denox nasceu com recursos da própria equipe, dispensando ‘capital semente’ ou investidores ‘anjos’. Agora, o grupo se prepara para correr atrás de investidores que ajudem o negócio a crescer.   De acordo com o vice-presidente de Negócios e Relacionamento do Angels Club, Junior Bornelli, o mercado de tecnologia é o grande destaque entre as startups. Mas, diz ele, existem outras áreas se fortalecendo, como saúde, biotecnologia e agronegócio.   Diariamente, o Angels Club recebe de 30 a 40 novos empreendedores em busca de investimentos e cerca de dez investidores querendo associar-se. “As startups precisam de agilidade. É uma corrida de 100 metros. As coisas precisam ser feitas em um curto espaço de tempo, senão, elas são engolidas pelas grandes empresas”.

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