O Grupo ABC, capitaneado por Nizan Guanaes, fechou a compra da agência de relações públicas CDN. A empresa marca a entrada do grupo, que já tinha empresas nas áreas de publicidade e promoção de eventos, no segmento de RP. O valor do negócio não foi revelado.
Segundo o Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa, a CDN faturou R$ 88 milhões no ano passado. Pelo porte da agência de relações públicas, que hoje atende mais de 100 clientes e tem 400 funcionários, trata-se de uma das maiores aquisições já feitas pela holding. Isso porque a receita da CDN, sozinha, representa cerca de 10% do faturamento do Grupo ABC, que foi de cerca de R$ 800 milhões no ano passado. O contrato deve ser assinado no início de setembro.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que os sócios da CDN foram sondados por grupos internacionais como Publicis, Omnicom, Edelman, mas preferiram fechar negócio com um grupo nacional, por considerarem que é mais fácil fazer a integração.
O Grupo ABC busca vetores para ganhar mercado dentro do setor de comunicação desde que recebeu um aporte de R$ 170 milhões do fundo Kinea, do Itaú, em abril deste ano. Hoje, o grupo, que inclui duas das maiores agências de publicidade do País - a África e a DM9DDB -, tem 15 negócios no portfólio. A intenção da holding, segundo fontes, é ampliar sua atuação na área de RP. Outras agências também estariam no radar do Grupo ABC.
A CDN é vice-líder no ranking das agências brasileiras de comunicação corporativa. O primeiro lugar é da FSB, que faturou R$ 145 milhões em 2012, segundo anuário do setor. Entre os mais de 100 clientes da CDN estão Santander, Nestlé, LOréal e Odebrecht. A agência também atende o governo do Estado de São Paulo, os ministérios da Saúde e da Justiça e o Governo do Estado de Minas Gerais, com o qual teria um contrato anual de R$ 2,2 milhões.
O grupo ABC e a CDN chegaram a conversar cerca de dois anos atrás, mas, na ocasião, as negociações não progrediram. Pelo acerto, os atuais sócios da CDN continuam na empresa pelos próximos cinco anos.
A companhia de Nizan Guanaes é hoje o 18.º maior conglomerado de comunicação do mundo. Com a entrada da Kinea - que comprou 20% do grupo -, a empresa ganhou caixa para novas aquisições. A empresa tem fortalecido sua expansão no mercado desde 2011, quando comprou a agência Morya.
A associação com o Kinea foi uma tacada de Nizan para evitar uma sociedade com grupos internacionais (ele chegou a ser procurado pelo WPP). O publicitário quer vender o ABC como um grupo brasileiro com relevância internacional. Colaborou David Friedlander. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.