Nomeado a vice do BoJ sugere medidas para o Japão

O professor universitário, Kikuo Iwata, nomeado pelo governo para um dos dois postos de vice-presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) disse em entrevista a uma revista japonesa que o BoJ precisa quase dobrar seus depósitos em conta corrente para estimular as expectativas de inflação.

"De acordo com minhas estimativas, se você realmente quer despertar expectativas para uma inflação em torno de 2,0%, o BOJ vai ter de aumentar o seu saldo de depósito em conta corrente para cerca de 80 trilhões de ienes, aproximadamente o dobro dos atuais 44 trilhões de ienes", disse Iwata em uma entrevista à Diamond online, publicada nesta sexta-feira.

Referindo-se às opções políticas para o relaxamento de política monetária do BoJ, Iwata disse que o banco deve comprar títulos do governo japonês com um prazo maior que três anos. "O que o BoJ deve comprar no futuro são JGB com prazo de cinco anos ou mais", disse Iwata.

O setor privado pode se tornar relutante em segurar títulos de longo prazo, vulneráveis à inflação, quando a inflação aumentar, privando o mercado de liquidez, disse ele. Em seguida, o BoJ deve comprar JGBs de longo prazo de instituições financeiras, como bancos regionais, para permitir que elas passem a ter títulos de curto prazo do Tesouro.

"Isso pode ajudar a elevar as expectativas de inflação, evitando a alta das taxas de juros de longo prazo", disse ele.

Iwata também descreveu a meta de inflação como uma política em que um banco central assume total responsabilidade por alcançar um determinado alvo dentro de cerca de dois anos.

Os membros do Comitê de Política Monetária do BoJ esperam que o índice de preços ao consumidor suba cerca de 0,4% no ano fiscal que começa em abril, e 0,9% no ano fiscal seguinte.

"Isso indica que o BoJ não tem intenções fortes de implementar uma política monetária ousada para alcançar a meta de inflação de 2,0% o mais cedo possível", disse Iwata. As informações são da Dow Jones.
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