Nos EUA, Tombini descarta falta de capital para o Brasil

Fábio Alves e Altamiro Silva Júnior, enviados especiais
18/04/2013 às 17:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:56

Os controles de capitais implementados desde o final de 2010 não reduziram a disponibilidade de financiamento para o setor privado brasileiro, de acordo com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. A declaração foi feita na palestra Liberalização e Gestão de Controle de Capitais, durante evento da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington.

"Apesar de medidas para reduzir o ingresso de capitais, não há escassez de funding para o setor privado", disse Tombini, num painel moderado pelo economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, e com a participação do presidente do Banco Central de Israel e ex-primeiro-vice-diretor-gerente do FMI, Stanley Fischer. Tombini citou o volume de investimentos estrangeiros diretos (FDI, na sigla em inglês) e também a forte captação de empresas brasileiras nos mercados de capitais.

O presidente do BC relatou que, devido à necessidade de países desenvolvidos adotarem estímulos, como juros próximos a zero e ações de políticas monetárias "não convencionais", os países emergentes são obrigados a enfrentar vez por outra ingressos de capitais "grandes e voláteis". Com isso, os países emergentes têm de lançar mão de instrumentos para atingir "os objetivos de assegurar a estabilidade financeira, de um lado, e estabilidade monetária, de outro", afirmou Tombini na palestra.

Ao comentar sobre o impacto das ações "não convencionais" de política monetária por parte de bancos centrais de países avançados, ele falou que o excesso de liquidez ("spillovers") oriundo desses estímulos é uma realidade. Segundo Tombini, o BC brasileiro apresentará um estudo sobre o impacto do excesso de liquidez na economia mundial. "Temos visto esses spillovers num volume bem significativo em alguns dos grandes programas de compras de ativos adotados nos últimos anos."

O BC informou que, devido ao período de silêncio observado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou na noite passada a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para 7,50%, Tombini e o diretor de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira da Silva, não devem falar com a imprensa durante a reunião do FMI e do Banco Mundial, que se estende até domingo, 21.
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