As novas metas de superávit primário anunciadas nesta quarta-feira (22) pelo governo federal elevam significativamente as chances de o Brasil ter o rating rebaixado, segundo análise do banco UBS. Relatório assinado pelo economista-chefe Guilherme Loureiro afirma que as novas metas, apesar de serem mais realistas, são muito baixas para sinalizar uma melhora contínua nas contas públicas.
"As novas metas não são suficientes para estabilizar a dívida pública no Brasil até 2018. (...) As agências de rating têm dado o benefício da dúvida ao governo, contanto que a gente continuasse a ver progressos no aperto fiscal e desde que as dinâmicas de dívida se estabilizassem após a piora em 2015/2016", aponta o texto.
Com as novas metas, o UBS diz que a probabilidade de a dívida bruta superar 70% do PIB é alta e lembra que esse tem sido um patamar importante para a avaliação da Moody's. Assim, cresce a possibilidade de a agência cortar a nota brasileira e ainda assim manter a perspectiva negativa.
O banco suíço afirma ainda que, embora as políticas de austeridade possam estar afetando negativamente a economia no curto prazo, um superávit menor pode colocar em risco a previsão de uma recuperação na atividade no médio prazo, já que a estabilidade financeira é necessária para que o ambiente macroeconômico melhore e o PIB volte a crescer no futuro.
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