Conhecido pela firmeza nas negociações com trabalhadores da General Motors, o diretor de Assuntos Institucionais da montadora e novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou, em seu discurso de posse, que "há uma preocupação imensa com o descolamento do custo do trabalho, e não falo de salário, com o grau de investimento do setor".
Citando os sindicalistas presentes no evento, na noite desta segunda-feira, 22, Moan afirmou que esse custo "prejudica a alocação do investimento no País" e pediu o apoio dos trabalhadores para mitigá-lo. "Vamos trabalhar conjuntamente para medidas que não prejudiquem os investimentos."
No discurso, Moan privilegiou elogios ao governo federal e à presidente Dilma Rousseff. No ano passado, com as vendas em queda, o governo reduziu a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), medida que reaqueceu as vendas para um recorde anual de 3,8 milhões de unidades.
No início do pronunciamento, Moan se dirigiu ao ministro Fernando Pimentel (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e pediu que agradecesse Dilma "pela firmeza como conduz os destinos da nação, com políticas que faz o Brasil maior e melhor".
Moan citou ainda a crise internacional, que, segundo ele, estreita mercados, reduz produções, gerando perdas para empresas e nações. De acordo com ele, o mercado interno é o "antídoto" para miminizar os impactos externos. "A postura ativa do País diante o cenário externo desfavorável foram políticas que geraram empregos e impactam na economia."
O novo presidente da Anfavea apresentou mais cedo, em entrevista à imprensa, propostas como a meta de atingir a exportação de 1 milhão de unidades em 2016. Moan pregou ainda a integração "maior e mais produtiva" para o setor no Mercosul.
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