O provável atraso na construção das linhas de transmissão que reforçariam o sistema de escoamento da energia das usinas do Rio Madeira (RO) e a interligação entre Sul-Sudeste preocupa o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esses projetos foram ofertados ao mercado no último leilão de transmissão, há duas semanas, mas não obtiveram propostas dos participantes. "Esperamos que esses projetos estejam contemplados no leilão de transmissão de setembro", afirmou o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, que participou nesta segunda-feira de aula inaugural do Programa de Planejamento Energético da Coppe - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os projetos em questão são as linhas Araraquara - Itatiba e Araraquara - Fernão Dias, ambas em São Paulo, que estão relacionadas ao sistema de escoamento de energia das usinas do Rio Madeira, e a Itatiba - Bateias (PR), que visa reforçar o intercâmbio de energia entre Sul e Sudeste. "Essa é uma linha muito importante", afirmou Chipp, que há tempos defende investimentos em geração térmica e linhas de transmissão no Sul do País para ampliar a confiabilidade e a segurança do suprimento da região. Os projetos não tiveram oferta na licitação porque os investidores consideraram baixas as taxas de retorno fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Após o evento, Chipp afirmou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) pode aprovar em junho o desligamento de mais térmicas, dependendo da evolução das chuvas. Segundo o diretor-geral do ONS, as chuvas não têm sido tão favoráveis este mês. "A previsão dos meteorologistas é que junho será melhor que maio", disse. Atualmente, o nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste está em 62,2%.
No início deste mês, o CMSE determinou o desligamento de quatro usinas a diesel, que possuem o custo de geração mais alto do sistema elétrico. Nos cálculos do governo federal, a desativação dessas térmicas trará uma economia de R$ 260 milhões por mês, dos quais R$ 100 milhões para os consumidores. Hoje, o nível de geração das térmicas está em 14,5 mil Megawatts (MW) médios.
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