A Polícia Civil do Rio, o Ministério Público e a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio (Sefaz) deflagraram, nesta quinta-feira, a Operação Sudeste S.A., com o objetivo de desbaratar um esquema que contava com empresas de fachada que emitiam notas fiscais falsas. Com o apoio de 102 policiais civis e 20 auditores fiscais, foram cumpridos 25 mandados de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão. A operação também foi feita nos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
As investigações, iniciadas há oito meses, revelaram que 14 empresas, que atuavam na venda de bebidas, móveis, e no comércio atacadista de embalagens, cosméticos e perfumaria, movimentaram R$ 1,1 bilhão em mercadorias e teriam causado prejuízo estimado em R$ 80 milhões aos cofres públicos. Dois funcionários da Sefaz e um servidor da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ) estão entre os presos.
O esquema investigado é uma sofisticada evolução das antigas "notas fiscais frias". A quadrilha abria empresas de fachada, em salas ou boxes, mantendo apenas a estrutura mínima que proporcione uma aparência de legalidade (uma mesa, um computador e um funcionário) e que permitisse emissão de notas fiscais para acobertar as transações do esquema. As empresas investigadas eram constituídas em nomes de "laranjas" e abandonadas após algum tempo de atividade, sem pagar os impostos.
A operação desta quinta-feira irá coletar mais provas para que os impostos sonegados sejam cobrados dos empresários que se beneficiaram do plano. Também serão investigados funcionários de cartórios que autenticaram assinaturas dos "laranjas", contadores e os gerentes de bancos onde as empresas mantinham contas com valores expressivos.
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