(Samuel Costa/Hoje em Dia)
O serviço de TV por assinatura cresce no Brasil a uma velocidade impressionante, mas as reclamações por falhas na prestação do serviço estão muito mais aceleradas. O segmento avança a uma taxa de 30%, enquanto as reclamações dispararam incríveis 100% entre julho deste ano e o mesmo mês de 2011.
A expansão do número de domicílios com TV a cabo ou via satélite não justifica a alta inaceitável das reclamações. Esse é o entendimento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que deu um ultimato às operadoras, que terão 30 dias para apresentar um plano de melhoria capaz de reduzir as queixas.
O superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Marconi Maia, deu a dimensão do problema. “Identificamos que, apesar de o setor estar crescendo na faixa de 30%, um nível chinês, as reclamações estão crescendo na faixa de 100%, o que é inaceitável. Está descolado”, afirmou.
Punições
Ele descartou punições neste momento, como ocorreu com as operadoras de telefonia celular. Estiveram na Anatel na última quinta-feira (27) representantes da GVT e da Embratel. Também estão previstos encontros com executivos da Net, Oi e Sky.
Segundo Maia, o maior problema da Embratel é a quantidade de reclamações por cobrança, superior ao limite da Anatel, de 0,65 por mil assinaturas. Já a GVT, segundo ele, teve um problema significativo em Belo Horizonte, onde a empresa estava atuando com profissionais terceirizados e sem habilitação adequada.
A empresária Ieda Silva Pereira, assinante da NET, ligou para a operadora, buscou atendimento pessoalmente, recebeu técnicos em casa e ameaçou entrar na Justiça. Somente quando a consumidora se dispôs a ir aos tribunais a operadora solucionou seu problema. “Tenho cinco pontos em casa, mas o pacote de canais só funcionava completamente em três. O problema começou quando mudei o plano para HD”, disse.
A Oi não comentou o assunto. A GVT informou que atenderá o prazo estipulado pela Anatel. A Sky irá “analisar” a discussão com a Anatel. A NET não enviou posicionamento. A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura também não se posicionou.