O BaFin, órgão de supervisão do sistema bancário da Alemanha, advertiu que o processo de fixação das taxas de juro interbancário Libor e Euribor, que servem de referência para o mercado, ainda estão expostas a manipulações, apesar dos padrões de segurança estabelecidos depois do escândalo recente.
"No médio prazo, não há maneira de evitar estabelecer alternativas para o cálculo das taxas que são, tanto quanto possível, baseadas em transações reais em mercados líquidos", disse a presidente do BaFin, Elke König. O órgão pediu a todos os bancos que participam dos painéis que estabelecem as taxas de referência que introduzam padrões mínimos em suas estruturas organizacionais, para evitar que traders manipulem os dados.
Os dois maiores bancos alemães, o Deutsche Bank e o Commerzbank, participam do painel que estabelece a taxa Euribor; o Deutsche está também no painel que fixa as taxas Libor.
Os grandes bancos globais são acusados de manipular a taxa Libor, num escândalo que envolveu pelo menos 16 instituições. No ano passado, o britânico Barclays pagou mais de US$ 450 milhões para não ser processado criminalmente pelas autoridades dos EUA e do Reino Unido.
König disse que o BaFin até agora não encontrou evidências de que os bancos alemães tenham manipulado as taxas de juro sistematicamente, mas ressalvou que a auditoria especial ainda está em andamento.
Sobre a estabilidade do sistema bancário alemão, ela disse que os maiores bancos do país já reduziram de 32 bilhões de euros para 14 bilhões de euros a necessidade de capitalização prevista para o cumprimento das novas normas previstas no acordo Basileia III. "Isso é uma boa notícia", afirmou König. As informações são da Dow Jones.
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