O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, defende que o gás resultante da exploração no País seja destinado prioritariamente ao próprio mercado brasileiro. "A exportação traz algumas divisas. Já o uso do gás no País traz emprego, investimentos, desenvolvimento e divisas", afirmou, em entrevista para a Agência Estado, durante o Fórum Brasil Competitivo - O Futuro do Gás Natural, realizado pelo Grupo Estado em parceria com a entidade, em São Paulo.
O executivo ponderou, no entanto, que o Brasil ainda precisa desenvolver um mercado mais consistente no setor. "Na nossa visão, o Brasil precisa desenvolver todo um mercado para o gás, com vários ofertantes, redes de transportes abertas a produtores e consumidores", disse.
O presidente da Abrace acrescentou que a expectativa para os leilões de gás, que irão acontecer no próximo ano, é que sejam retomados em condições de tornar possível se oferecer para a indústria um mix de compra mais competitivo. Segundo ele, o preço direto do gás dos contratos através das distribuidoras é um dos mais elevados do mundo, o que tira a competitividade da cadeia. "Enquanto não chegarmos em um modelo completamente competitivo desenhado para o futuro, os leilões são uma alternativa que mitiga a perda de competitividade atual", afirmou.
Pedrosa também defendeu a exploração do gás não convencional como forma de "oxigenar" o mercado com produtores espalhados pelo território nacional e que poderão acrescentar novas ofertas de gás. "Essa oxigenação vai oferecer gás a preço competitivo e movimentar a economia brasileira", opinou.
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