O Brasil tem muito a avançar para estimular a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, em referência ao indicador de quanto as empresas aumentam seus bens de capital, ou seja, bens que servem para produzir outros bens. "Precisamos discutir de onde vem o financiamento dos projetos de investimentos", comentou, referindo-se especialmente às obras de infraestrutura.
De acordo com o executivo, uma das áreas importantes de investimentos no País no médio prazo é o setor habitacional com espaço para crescer, sobretudo porque existe um déficit de 5 milhões a 6 milhões de residências, sendo 90% a primeira moradia das famílias. "Tenho dificuldade de enxergar onde há especulação imobiliária que geraria bolha", apontou nesta terça-feira, ao fazer palestra em evento em São Paulo.
O diretor do BC mencionou também que "a posição fiscal do Brasil é muito melhor do que a de grandes economias". A situação se tornou possível a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, que levou o governo, entre outras mudanças, a adotar o superávit primário. "Disciplina fiscal passou a ser parte de nossa cultura."
Regulação
Na exposição, declarou que a regulação prudencial do BC continuará garantindo que o sistema financeiro permaneça sólido e eficiente - uma das duas missões da autoridade monetária. A outra é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda. "Precisamos manter a inflação sob controle com disciplina fiscal."
Hamilton lembrou ainda que a crise em 2007/2008 mostrou ser positivo para o Brasil que a política monetária e a regulação do sistema financeiro sejam feitas pelo BC.
Sobre regulação de outros setores produtivos da economia, o diretor do BC frisou que é preciso "manter o marco regulatório para dar segurança a investidores".
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