(CARLOS ROBERTO)
Sindicatos de casas lotéricas de todo o Brasil protocolaram, no último dia 12, um documento na Caixa Econômica Federal (CEF) reivindicando melhorias no sistema que capta as apostas e realiza operações bancárias, além de revisão nos valores das comissões repassadas aos estabelecimentos.
Dados da Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (FebraLot)mostram que, em 2001, a comissão era de R$ 0, 22 por operação. Hoje, é de R$ 0,35. “Se fosse corrigida pela variação do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), teria que ser de R$ 0,51”, pondera o presidente da FebraLot, Roger Benac.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Lotéricos de Minas Gerais (Sincoemg), Marcelo Gomes de Araújo, os proprietários de casas lotéricas do Estado vivem um momento de fragilidade econômica. “Há mais de seis meses o sistema apresenta panes e fica fora do ar. Em alguns casos, o problema persiste por até dois dias”, relata.
Para Araújo, a causa das falhas operacionais é justificada pelo excesso de unidades em todo o país. “A abertura desenfreada de casas está sobrecarregando o sistema. Hoje, são mais de 11 mil lotéricas no Brasil e a situação está cada dia pior”.
Outra queixa recorrente é com relação a prejuízos. A gerente da Zebra de Ouro Loterias, Noeliza Gomes, relata que mesmo as apostas que não são concluídas são cobradas pela CEF. “Às vezes, o sistema sai do ar antes de registrarmos o jogo, mas pagamos por ele do mesmo jeito, porque a Caixa não se responsabiliza”, aponta.
O proprietário da lotérica Tá no Papo, Ricardo Lima, reforça as reclamações. Com o sistema fora do ar, ele perde quase R$ 1 mil por mês, cerca de R$ 30 por dia. Por meio de sua assessoria, a CEF confirmou o recebimento do documento encaminhado pelos sindicatos e informou que não vai se pronunciar antes de segunda-feira (23), prazo limite para responder às reivindicações.