Para Besi, período de flexibilização chegou ao final

Francisco Carlos de Assis
18/10/2012 às 14:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:20

De acordo com o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (Besi), Jankiel Santos, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta quinta-feira, não deixa margens para dúvidas: o ciclo de flexibilização monetária iniciado em agosto de 2011 chegou ao fim. O documento, segundo Santos, também deixa claro que a maioria dos membros do Copom está mais preocupada com a garantia de perspectivas favoráveis de crescimento do que com o cumprimento das metas de inflação, em contraste com os diretores que votaram para manter a Selic inalterada. "Cinco dos oito diretores ignoraram suas próprias previsões de que a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deverá se manter acima da meta no futuro previsível, mesmo levando em conta a queda potencial de 16,2% das tarifas de energia elétrica no próximo ano", avalia.

Conforme ele, o registro da reunião da semana passada do Copom tornou a vida dos analistas muito mais fácil, uma vez que estão mais propensos a projetar a estabilidade da Selic em 7,25% ao ano até que se torne evidente que a recuperação econômica em curso levará a inflação para perto do teto da banda de tolerância da meta (6,5%).

"Nós acreditamos que isso ocorrerá mais cedo do que os diretores do Copom acreditam e, por isso, mantemos nossa previsão de que, provavelmente, se faça necessário algum controle mais firme da política monetária em 2013", afirma. No entanto, continua, "dada a preferência dos membros do Copom para focar mais o crescimento ao controle da inflação, em linha com nossa visão de que, na comparação anual, a inflação comece a apontar para um cenário mais preocupante no terceiro trimestre de 2013, acreditamos que um movimento de aperto monetário só comece em outubro do ano que vem". Antes, o Besi acreditava que a retomada das altas da Selic fosse ocorrer em agosto de 2013.

Ainda para Santos, em vez de entregar um ajuste de 1,5 ponto porcentual de aumento na taxa Selic em 2013, como se esperava no banco, agora a instituição financeira trabalha com duas subidas de 0,50 ponto porcentual e elevações mais suaves (0,25 pp) a seguir, conduzindo a Selic para 8,25% ao ano até o fim de 2013 e a 8,50% em janeiro de 2014, quando a curta série de aperto será interrompida. "Em suma, finalmente, uma ata do Copom delineou um cenário claro para a política monetária e ajudou a esclarecer os pensamentos e preferências dos diretores do BC", afirma.
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