O processo de negociação de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está relativamente avançado e, com vontade política, poderá ser concluído em um ano ou pouco mais. A previsão é do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. "O Itamaraty é vocal em defender um acordo entre o Mercosul e a União Europeia", afirmou Patriota, em palestra durante o Almoço do Empresário, promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira.
Patriota relatou que propostas melhoradas serão apresentadas ainda este ano. O ministro lembrou ainda que, a partir do próximo dia 15, o Paraguai, que estava temporariamente suspenso do Mercosul, poderá tomar parte das negociações. Ele atendeu jornalistas ao fim da palestra por cinco minutos e não respondeu a perguntas sobre a volta do Paraguai ao bloco.
Em sua fala aos empresários, o ministro defendeu o Mercosul. Segundo ele, o comércio exterior do Brasil com os países do bloco cresce em ritmo mais acelerado do que com os demais. Além disso, é de boa qualidade, pois as exportações são, sobretudo, de produtos industrializados.
Patriota também rebateu críticas de que o Brasil deixa de firmar acordos bilaterais importantes ao privilegiar as negociações com o Mercosul, citando a retomada das conversas com a UE. "O fato de se negociar um acordo comercial não significa que o comércio exterior vai crescer. Pode até cair, se o acordo não for bem-feito."
Um exemplo seria o acordo comercial entre Chile e Estados Unidos. Segundo Patriota, apesar do acordo, o comércio bilateral do Chile com os EUA cresceu menos do que o do Brasil com os norte-americanos. "Não é óbvio o elo entre acordos e mais exportações", reforçou, enumerando outros fatores de influência, como pauta de exportações e logística.
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