Petroleiros reclamam da provisão da Petrobras para PLR

André Magnabosco
05/02/2013 às 19:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:45

A Petrobras provisionou R$ 1,005 bilhão para a conta de participação dos empregados nos lucros ou resultados (PLR) e provocou revolta de petroleiros que discutem com a estatal neste momento a política de pagamento de PLR. O montante proposto pela companhia é 35,6% inferior ao total de R$ 1,560 bilhão provisionado em 2011, variação em linha com a queda do lucro da Petrobras em 2012, para R$ 21,182 bilhões.

Em informe interno, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que o mesmo critério não foi adotado no provisionamento proposto aos detentores de ação da companhia. "A empresa poupou os acionistas de perdas maiores: a remuneração deles foi reduzida em 26%, caindo de R$ 12 bilhões em 2011 para R$ 8,875 bilhões em 2012", destacou a entidade. A Assembleia Geral Ordinária de 2013 deverá votar uma proposta de dividendo relativo ao exercício de 2012 no total de R$ 8,876 bilhões, conforme informado pela estatal.

O montante, segundo a Petrobras, "atende aos direitos garantidos estatutariamente às ações preferenciais e distribui às ações ordinárias o dividendo mínimo calculado sobre o lucro básico". Caso a proposta seja aprovada na assembleia, a Petrobras irá distribuir sob a forma de dividendo o equivalente a 44,73% do lucro básico do exercício de 2012. No ano anterior, os dividendos propostos e aprovados equivaliam a 38,25% do lucro básico, conforme a Petrobras.

Para a FUP, "a Petrobras penaliza os trabalhadores que constroem a empresa e, por outro lado, poupa os acionistas".

O valor distribuído pela Petrobras aos acionistas superou o patamar mínimo de 25% do lucro líquido em 2012, referente ao exercício de 2011, e também o fará em 2013. Isso porque em ambos os anos o valor a ser distribuído sob a forma de dividendos foi baseado em um patamar de 3% da parcela do patrimônio líquido representativa das ações preferenciais.

No ano passado, a Petrobras adotou o critério de aplicar a mesma remuneração para os detentores das duas classes de ação. Neste ano, porém, a petrolífera manteve a remuneração mínima dos preferencialistas, com base no patrimônio líquido, mas não adotou o mesmo critério para os dividendos atrelados às ações ordinárias, calculados a partir do lucro líquido.

A FUP também sinaliza que a decisão da Petrobras de propor remuneração distinta para os detentores de ações ordinárias (R$ 0,47) e preferenciais (R$ 0,96) poderia ter alguma relação com o que chamou de questionamentos e cobranças da entidade. Tradicionalmente a Petrobras anuncia a mesma remuneração para as duas classes de ação. "Apesar de considerarmos positiva essa mudança, não é justo que a empresa utilize um peso e duas medidas na hora de distribuir os lucros, prejudicando os trabalhadores e blindando os acionistas", reforçou a FUP.
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