PIB mostra que crescimento via consumo acabou, diz Abit

Dayanne Sousa
29/05/2013 às 13:09.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:40

O crescimento de apenas 0,1% no consumo das famílias no primeiro trimestre de 2013 ante o quarto trimestre de 2012 revela um sinal preocupante para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. O consumo interno, importante motor para o setor, deixou de ser a alavanca do desempenho econômico brasileiro, opina.

"Vínhamos numa política de crescimento via consumo e este dado está mostrando que esse momento acabou", afirma Diniz Filho. "Precisamos voltar ao crescimento por investimento", conclui. Deste ponto de vista, é positivo que o investimento, dado pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), tenha subido 4,6% no primeiro trimestre contra o quarto trimestre de 2012, melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2010.

O executivo, porém, avalia que o ponto mais preocupante é a redução do PIB da indústria, que caiu 0,3% na comparação ao último trimestre de 2012. Na opinião do representante da indústria têxtil, medidas como a desoneração da folha e os esforços para redução do custo da energia não estão sendo suficientes para a recuperação da indústria.

No caso da produção têxtil, Diniz Filho destaca que a competição com os produtos vindos da China tem prejudicado as empresas nacionais. "Temos sofrido com concorrência predatória e desleal", afirma. O presidente da Abit defende que é preciso maior desvalorização do real ante o dólar para redução do déficit comercial no setor, que em 2013 deve ser de US$ 6 bilhões, segundo estimativas da Associação.

Em março de 2013, a produção da indústria do vestuário encolheu 11,36% ante o mesmo mês do ano anterior e a do segmento têxtil teve redução de 8,06%. O presidente da Abit destaca, porém, que o varejo de vestuário no Brasil cresceu 4,10% no mesmo período, o que indica que houve alta da venda de importados no mercado interno. Para o acumulado de 2013, a Abit mantém a previsão de que a indústria de tecidos e confecções cresça 2%. Para o varejo de vestuário, a expectativa é de alta de 4%.
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