A economia norte-americana teve um desempenho bem mais fraco do que o esperado no quarto trimestre de 2012, afetada pela redução nos estoques das empresas e uma forte queda nos gastos federais, enquanto congressistas lutavam para fechar um acordo com o objetivo de evitar uma série de aumentos de impostos e cortes de gastos.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA recuou a uma taxa anualizada de 0,1% entre outubro e dezembro, de acordo com a primeira estimativa do Departamento do Comércio. Economistas consultados pela Dow Jones previam expansão de 1,0%. Trata-se da primeira queda no PIB norte-americano desde 2009, quando o país começou a se recuperar da crise financeira mundial.
A economia dos EUA reverteu a expansão do terceiro trimestre, de 3,1%, em boa parte por causa dos gastos do governo federal, que recuaram 15% nos últimos três meses do ano passado, o maior declínio desde 1973. Além disso, houve queda nos estoques das empresas locais.
Apesar do recuo trimestral, o PIB norte-americano registrou expansão de 2,2% em 2012, após avançar 1,8% em 2011.
Antes da queda divulgada hoje, a economia dos EUA vinha crescendo há 13 trimestres consecutivos, mas a melhora provavelmente foi interrompida nos meses finais de 2012 pela demora dos legisladores em Washington de fechar um pacto que evitasse o chamado abismo fiscal, como é conhecido um conjunto de aumentos de impostos e cortes orçamentários que entraria em vigor este mês. O acordo só foi selado na primeira semana do ano.
Em todos os níveis de governo, os gastos caíram 6,6% no quarto trimestre. Já a mudança nos estoques, uma categoria frequentemente volátil, tirou 1,27 ponto porcentual do PIB nos últimos três meses de 2012, após contribuir com 0,73 ponto porcentual no trimestre anterior.
As vendas finais reais, que correspondem ao PIB menos as alterações em estoques privados, subiram 1,1% no quarto trimestre, após avançarem 2,4% no trimestre anterior. As exportações fizeram pressão para baixo, com recuo de 5,7% entre outubro e dezembro.
No entanto, houve exceções positivas no quarto trimestre. O consumo pessoal cresceu 2,2% no período, após subir 1,6% no terceiro trimestre. Além disso, os investimentos residenciais fixos, que incluem melhorias no lar, aumentaram 15,3%, garantindo o sétimo ganho consecutivo. Já os investimentos das empresas subiram 8,4%.
A supertempestade Sandy, que atingiu o nordeste dos EUA no final de outubro, provavelmente afetou também a economia no quarto trimestre, mas o Departamento do Comércio não divulgou uma estimativa de seu impacto no PIB. As informações são da Dow Jones.
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