Planalto tem "bala na agulha" para conter câmbio, diz Mantega

Mariana Schreiber - Folhapress
19/06/2013 às 18:58.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:16

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo tem "muita bala na agulha" para conter o excesso de volatilidade do mercado cambial, referindo-se as reservas de US$ 375 bilhões em poder do Banco Central. Segundo ele, o BC e o Ministério da Fazenda estarão atentos para evitar exagero de volatilidade sobre o câmbio.

"Nós temos muita bala na agulha para fazer isso. Temos muitas reservas como nunca tivemos antes, temos muitos dólares em carteira. Então é uma situação sob controle, mas tem alguma instabilidade passageira até essa situação se acomodar num outro patamar", acrescentou.

FED

O dólar tem subido em todo o mundo devido ao anúncio do Fed, o banco central americano, de que vai reduzir os estímulos à economia dos EUA. Mantega disse que sua equipe ainda está analisando as novas declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, sobre a retirada de estímulos à economia.
 
Segundo ele, "a fala do Fed muitas vezes é enigmática", sendo preciso "pelo menos 24 horas para saber se eles confirmaram que estarão reduzindo os estímulos monetários, se eles vão mais rápido ou devagar". "O banco central americano deu uma manifestação agora que ainda está sendo analisada pelos nossos técnicos para saber exatamente o que eles quiseram dizer, porque uma coisa é o que foi dito outra coisa é a interpretação daquilo que foi dito", afirmou Mantega.

O ministro lembrou de recentes medidas adotadas pelo governo, como a redução a zero o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações estrangeiras em renda fixa. Antes, a líquota estava em 6%.

Mantega disse também que não vai deixar o câmbio registrar uma volatilidade maior no Brasil do que em outros países. Segundo ele, esse momento de instabilidade é passageiro e depois o mercado "vai se acomodar".
 
Inflação

De acordo com o ministro, a valorização do dólar é passageira e por isso não deve impactar a inflação no Brasil. "É claro que a valorização cambial causa alguma pressão inflacionária adicional, mas, se ela é passageira, essa pressão se dilui. Se a valorização do dólar não perdurar e amainar, então nós não teremos um efeito sobre a inflação", afirmou.

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