Planner: medidas cambiais mostram apreensão com inflação

Francisco Carlos de Assis
05/12/2012 às 13:02.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:04

As medidas cambiais adotadas na terça-feira (04) e nesta quarta-feira pelo governo e pelo Banco Central reforçam a preocupação do governo com os impactos do dólar sobre a inflação. A avaliação é do economista-chefe da Planner Investimentos, Eduardo Velho. Velho acredita, todavia, que o governo demorou para agir. "A atitude do BC é coerente, mas ela deveria ter sido tomada antes". Velho diz que, diante do aumento do dólar - que era desejado -, associado à ampliação das remessas de dólares para fora do País no fim do ano por causa do envio de lucros e dividendos, já se sabia que o BC, em algum momento, teria de agir no câmbio.

Nesta quarta-feira, o governo publicou decreto no Diário Oficial pelo qual reduz de 720 para 360 dias as operações de empréstimos externos que são taxadas com alíquota de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na terça-feira (04), o Banco Central já havia ampliado de um para cinco anos o prazo para as operações de pagamento antecipado de exportações.

Por outro lado, ao agir agora, embora tardiamente, Velho avalia que a autoridade monetária está sinalizando que a taxa de câmbio no teto do intervalo de R$ 2 a R$ 2,10 é confortável. O que significa dizer, segundo ele, que a autoridade monetária pode estar considerando a possibilidade de a taxa de câmbio superar a margem superior do intervalo. Na terça-feira (04), em entrevista à Agência Estado, o diretor de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Gianetti da Fonseca, disse que a expectativa de uma taxa de câmbio de R$ 2,10 a R$ 2,15 está cada vez mais sólida no mercado.
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