PMEs faturam R$ 40,6 milhões em janeiro, diz Sebrae-SP

Beatriz Bulla
13/03/2013 às 14:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:51

As micro e pequenas empresas no Estado de São Paulo tiveram, em janeiro, o melhor faturamento para o mês desde 2001, somando R$ 40,6 bilhões. Na comparação com o mesmo mês do ano passado o crescimento foi de 0,9%. Os dados são de pesquisa mensal do Sebrae-SP. A evolução "relativamente modesta", segundo o Sebrae, é explicada por uma base de comparação forte: no primeiro mês de 2012 a receita real das MPEs paulistas havia subido 6,3% ante janeiro de 2011.

Na comparação de janeiro contra dezembro do ano passado, o faturamento das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo recuou 18,1%. "Este resultado era previsto porque em dezembro as MPEs, principalmente as do comércio, são beneficiadas pelas vendas para o Natal e pelo fato de janeiro costumar ter faturamento menor, entre outros fatores, devido às férias coletivas nas empresas", afirmou o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, em nota distribuída à imprensa.

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é feita mensalmente com apoio da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com uma amostra de 2.716 micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo.

O destaque entre os setores fica com o comércio, que cresceu 4,2% em janeiro contra o mesmo mês de 2012. O segmento de serviços teve queda de 1,6% no faturamento e a indústria registrou queda de 4,1% em na mesma base de comparação. O resultado da indústria foi o pior do setor para um mês de janeiro desde 2009. "O mercado interno sustentou o comércio e o consumo das famílias tem funcionado como motor do crescimento e das vendas das MPEs", afirmou Caetano.

O melhor desempenho das MPEs no Estado ficou com a cidade de São Paulo, que teve alta de 5,7% no faturamento. A Região Metropolitana e o interior do Estado tiveram, cada uma, aumento de 0,9% na receita real. Já no ABC o faturamento caiu 2% em janeiro de 2013 em relação a janeiro de 2012.

Expectativas

Metade dos proprietários das micro e pequenas empresas do Estado apostava, em fevereiro, em estabilidade no faturamento para os próximos seis meses. No mesmo mês de 2012, a parcela era maior: 53%. Quanto ao nível de atividade de economia, aqueles que acreditam em estabilidade, passaram a representar 56%, ante 58% em fevereiro de 2012. A melhora no nível de atividade, contudo, é esperada por 25% dos donos das MPEs.

Espera-se que este ano o crescimento das micro e pequenas empresas seja mais equilibrado dos três setores - indústria, comércio e serviços. "Devem contribuir para isso as medidas de incentivo à economia adotadas em 2012, como redução da taxa básica de juros para facilitar vendas a crédito, desoneração da folha de pagamento de empresas, redução da tarifa de energia elétrica e desvalorização do real ante o dólar, barateando os produtos nacionais ante os importados", aponta o Sebrae-SP.

De acordo com Pedro Gonçalves, economista e consultor do Sebrae-SP, no cenário interno inflação e investimentos são fontes de incertezas. "A inflação tem se mostrado resistente à baixa. Como o consumo das famílias tem sido o grande motor do crescimento e das vendas das MPEs e o endividamento das famílias está alto, mais inflação tende a reduzir o nível de consumo."
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