POUSO ALEGRE E IPATINGA – A oposição entre Pouso Alegre, no Sul de Minas, e Ipatinga, no Vale do Aço, não é apenas geográfica. As duas cidades – ambas às margens da BR-381, mas distantes 770 quilômetros entre si – também vivem realidades econômicas absolutamente diferentes. Enquanto o clima da primeira é de otimismo, quase euforia, a segunda experimenta uma ressaca econômica sem perspectiva de fim.
As duas cidades são também espelho da velha e da nova economia mineira. Ipatinga, ancorada na siderurgia e dependente da Usiminas, viu sua economia ruir nos últimos anos por conta da crise que assolou a empresa. Para estancar prejuízos seguidos, a Usiminas demitiu, reduziu compras e encerrou contratos com empresas terceirizadas, dando início a um círculo vicioso que engolfou toda a economia da cidade.
O comércio, que sobrevive do giro dos salários pagos pela Usiminas, murchou. No centro, uma infinidade de lojas fechadas espelham o mau momento. Outro indicador, a arrecadação mensal da prefeitura com o ISS, que há um ano e meio superava os R$ 5 milhões, hoje não chega a R$ 3 milhões. Nos últimos seis meses, mais de 9 mil desempregados se cadastraram no Sine local, e apenas 372 conseguiram recolocação.
Centenas de vagas
Já em Pouso Alegre, faltam trabalhadores. Para ocupar as centenas de vagas em aberto, empresas e Prefeitura promovem regularmente mutirões de oferta de emprego e cadastramento de candidatos.
Uma série de novas indústrias começam a entrar em operação agora, tanto na cidade como na vizinha Itajubá e outras cidades do Sul de Minas, o que criou uma dinâmica regional de desenvolvimento. Mas, em nenhuma delas o crescimento é tão acelerado como em Pouso Alegre.
Nos últimos dois anos, 21 indústrias de médio e grande portes se instalaram no município, entre elas, a fabricante chinesa de tratores e equipamentos para construção XCMG, uma gigante que pretende estar faturando US$ 1,4 bilhão até 2015.
Nos últimos cinco anos, Pouso Alegre vem mantendo a média anual de um emprego gerado para cada grupo de 12 habitantes, mais que o dobro da média do país, de um emprego para cada grupo de 27 habitantes.
Mas não são apenas indústrias. A dinâmica se irradiou também para os setores de serviços e construção civil. E a zona rural, que vive o pico da colheita do morango, que arregimenta a mão de obra de milhares de trabalhadores, também comemora.
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