Reduziu, mas segue salgada

Preço da cesta básica recua em BH, mas ainda compromete mais da metade do salário do trabalhador

Custo médio é de R$ 728 e exige mais de 105 horas de trabalho em julho

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
20/08/2025 às 19:09.
Atualizado em 20/08/2025 às 19:51
Produtos que compõem a cesta básica tiveram queda em Belo Horizonte em julho; café e açúcar puxaram retração no mês (EBC/Arquivo)

Produtos que compõem a cesta básica tiveram queda em Belo Horizonte em julho; café e açúcar puxaram retração no mês (EBC/Arquivo)

O preço da cesta básica caiu em Belo Horizonte e em outras 14 capitais em julho. O valor médio dos produtos essenciais na metrópole mineira foi de R$ 728,69, o que representa recuo de 0,82% em relação a junho. Os dados são de pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Em BH, o custo da cesta equivale a 51,9% do salário mínimo líquido, descontada a contribuição previdenciária. O levantamento do Dieese também mostra que para adquirir os alimentos, o trabalhador belo-horizontino precisa dedicar 105 horas e 37 minutos da jornada. 

Mesmo com a redução no mês, a cesta acumula alta de 3,17% em 2025 e de 9,33% nos últimos 12 meses, conforme o Dieese.

Café e açúcar puxam queda de preços

O recuo da cesta em Belo Horizonte foi influenciado principalmente pela redução do café em pó, que ficou 8,17% mais barato. O açúcar cristal também teve retração, de 4,18%. A carne bovina de primeira comportamento variado, mas em BH acompanhou o movimento nacional de leve queda. Entre os alimentos que registraram aumento estão arroz agulhinha - 4,93% no país, mas com oscilações regionais.

Cesta básica no Brasil

Entre as capitais e o Distrito Federal, o custo da cesta básica caiu em 15 cidades e aumentou em 12. As maiores quedas ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33%) e Campo Grande (-2,18%). Já Recife (2,80%), Maceió (2,09%) e Aracaju (2,02%) lideraram as altas .

A cesta mais cara foi a de São Paulo (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89) e Porto Alegre (R$ 830,41). Já os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74) e Salvador (R$ 635,08) .

Salário mínimo ideal deveria ser quase cinco vezes maior

Com base no valor da cesta de São Paulo, o Dieese calcula mensalmente o salário mínimo necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas. Em julho, esse valor foi estimado em R$ 7.274,43, equivalente a 4,79 vezes o salário mínimo em vigor (R$ 1.518).

*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca, com informações da Agência Brasil

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