Preços do arroz e feijão seguirão em alta nos próximos meses

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
10/04/2013 às 12:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:42

O popular “arroz com feijão” vai ficar mais salgado nos próximos meses. A alta no preço, que já segue em ascensão, será reflexo de safra menor dos alimentos. Enquanto o consumo médio anual brasileiro gira em torno de 3,5 milhões de toneladas do feijão e de 12,1 milhões de toneladas de arroz, a colheita deve ficar estacionada em, respectivamente, 3,239 milhões e 11,974 milhões.

Sem alimento para atender à demanda, o consumidor vai precisar colocar a mão no bolso. Nos últimos 12 meses, o quilo do feijão registrou alta de 26,99%, contra 23,83% do arroz.

“Quanto menor a oferta, maior o preço”, afirma o gerente das pesquisas agrícolas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mauro Andreazzi. Os dados da estimativa de safra foram divulgados ontem pelo Instituto e fazem parte do Terceiro Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.

O percentual de alta dos preços não foi estimado pelo gerente, mas é certo que o caminho não tenha volta. Em março, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o quilo do feijão custava, em média, R$ 6,44 no mês passado, elevação de 11,2% na comparação com o fevereiro.

Já o preço médio do quilo do arroz, no mesmo período, registrou um ligeiro recuo de 1,24% (R$ 2,39).
 


Mosca no feijão
 
No caso do feijão - cuja produção mineira responde por 17,2% da nacional, mantendo o Estado em segundo lugar no ranking brasileiro - um dos motivos da alta no preço daqui para frente é a contaminação das plantações pela “mosca branca”, praga que vem da soja.

“A incidência da praga foi tão grande que alguns produtores desistiram de plantar a segunda safra”, afirma o superintendente de pesquisas agropecuárias do IBGE em Minas Gerais, Humberto Silva Augusto.
São três safras plantadas por ano. A 1ª safra participa com 46,5% da produção nacional, a segunda com 38,5% e a 3ª com 15%.

Ainda de acordo com Humberto Silva, o produto já estava mais caro devido à estiagem excessiva no ano passado, que prejudicou a 1ª safra. Para ele, aliás, a previsão é de queda de 8,7% em relação ao ano passado. Na 2ª safra, a baixa é de 2%. A expectativa é a de que haja uma adiamento no plantio da 3ª safra.

Resultado geral

Apesar da redução na colheita de feijão, a estimativa do IBGE é a de que a safra de grãos no país seja 12% maior do que o registrado em 2012, totalizando 181,3 milhões de toneladas.

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