O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, também presente à cerimônia de lançamento do plano de logística do governo na manhã desta quarta-feira, elogiou o pacote, acrescentando que "a priorização dos projetos é perfeita", dando ênfase para o Ferroanel, em São Paulo, que ele considera um grande gargalo. Rodrigo Vilaça ressalvou, no entanto, que está preocupado e avisou que é preciso que se fique atento à burocracia do governo no desenvolvimento dos projetos. Ele citou que antes só precisava dialogar com a RFFSA e agora são nove instituições de governo tratando do tema.
"Tem uma coisa que me preocupa que é a burocracia do sistema do governo já que existem vários sucessores da antiga Rede Ferroviária Federal", disse. "Antes eu dialogava só com a Rede Ferroviária, hoje eu dialogo com nove entidades públicas, entre elas a ANTT, o DNIT, o Ministério dos Transportes, a Vale do Rio Doce, o Tesouro, entre outros", comentou, acentuando que o problema maior é que "essas nove instituições públicas não se comunicam". E acentuou: "precisamos resolver a malha existente, minimizando a burocracia para ajudar neste processo". Ele defendeu união destes órgãos para a realização de seus trabalhos e que se dê sequência ao entrosamento das ferrovias e rodovias, com hidrovias, portos e aeroportos.
Depois de lembrar que as rodovias serão concessões e as ferrovias sairão por Parcerias Público-privadas (PPPs), o presidente da ANTF afirmou que "há um avanço muito significativo e estruturante porque está se apresentando hoje um novo marco, um novo momento na nossa história de infraestrutura". Segundo ele, o setor, a partir de agora, vai identificar oportunidades mais claras de atrair capital não especulativo, de investidores, que queiram, a médio prazo, obter resultados importantes para a infraestrutura do país. O que está sendo feito agora, na sua opinião, irá corrigir um erro de duas, três décadas passadas e representará um maior avanço na integração das diferentes áreas de transporte do país.
Após citar que novas ferrovias estão sendo construídas, Rodrigo Vilaça lembrou que já existe uma malha de 29 mil quilômetros e, apesar de ela ser centenária, ela tem uma operacionalidade, embora seja "não plena" por serem centenárias, mas que são produtivas. Ele informou ainda que, nos últimos 15 anos, foram realizados investimentos de R$ 45 bilhões, mas agora, avisou, "o momento é outro". "Agora precisamos dar novo salto e este novo salto vem com parceria com o governo. Nós nos associarmos ao governo em PPPs, para avançarmos em correções como é o Ferroanel em São Paulo e resolver grandes problemas, além de podermos participar do projeto de ampliação desta malha, em direção ao interior do Brasil, para desafogar as áreas de fronteiras agrícolas e minerais", comentou.
Para ele, "precisa corrigir o que tem de ruim e criar uma malha ampliando onde ainda não foi construído e a malha existente vai ser alimentadora desta nova malha nos principais corredores". Segundo ele, hoje existem 15 grandes artérias. Mas, ressaltou, é preciso que todos os setores de infraestrutura de transporte se comuniquem.
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