O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, admitiu que o câmbio ainda passará por alguma volatilidade, mas chegará a uma taxa competitiva em algum tempo, graças à capacidade que o Banco Central (BC) tem de "mitigar o processo". Ele fez palestra a empresários, nesta segunda-feira, 9, em Porto Alegre.
"Acredito que o impacto inicial em grande medida já foi absorvido", disse, depois de citar esforços de recuperação da economia norte-americana que levaram à depreciação de taxas de câmbio em economias em desenvolvimento. "O nosso Banco Central atuou de maneira competente e quando esse processo chegou a um momento mais delicado, empurrando nossas taxas de câmbio para níveis muito inconvenientes, anunciou um programa de intervenções previsíveis no mercado futuro de câmbio e mitigou efetivamente o excesso de volatilidade", avaliou.
Numa sessão marcada por baixa liquidez e em sintonia com o exterior, o dólar caiu pela sexta sessão consecutiva nesta segunda, 9, para abaixo do patamar de R$ 2,30, depois de testar níveis em torno de R$ 2,45 no início de agosto.
Coutinho acredita que ainda haverá alguma volatilidade, a ser "digerida" pelo mercado, mas entende que "o grosso do impacto" foi antecipado e previu um "patamar de câmbio mais competitivo" para o futuro.
"Temos como fazer a taxa de juros lá na frente voltar para sua trajetória declinante com a vantagem de podermos desfrutar de uma taxa de câmbio mais competitiva", reiterou Coutinho, evitando falar sobre o patamar esperado. "Qualquer consultor que se habilite a prognosticar a taxa de câmbio vai estar chutando." Para o presidente do BNDES, "o patamar certamente será confortável para a competitividade exportadora do País".
Assentamentos
Depois de falar para os empresários, em palestra promovida pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Coutinho foi ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, assinar um contrato de apoio do Fundo Social para infraestrutura produtiva em assentamentos no Rio Grande do Sul.
O banco de fomento vai repassar R$ 36 milhões e o Estado vai entrar com contrapartida de R$ 30 milhões para programas de qualificação de produção leiteira, agroecológica, de grãos, hortaliças, frutas, arroz ecológico, agroindústrias, transporte e logística em assentamentos rurais.
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