Prestação cai 50% com a nova linha de crédito

Márcia De Chiara
13/06/2013 às 10:00.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:05

Deve cair à metade o valor da prestação de móveis, eletrônicos, eletrodomésticos e computadores, financiados pela linha de crédito subsidiado, Minha Casa Melhor, destinada aos beneficiários do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e anunciado na quarta-feira, 12, pelo governo.

A prestação de um refrigerador, cujo preço máximo de venda no varejo fixado pelo governo será de R$ 1.090, sai por R$ 24,83, se o produto for financiado em 48 vezes, com juros de 5% ao ano ou 0,41% ao mês, segundo os cálculos feitos pelo vice-residente da Associação Nacional dos Executivos de Contabilidade e Administração (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. Ao final de quatro anos, o consumidor terá desembolsado R$ 1.191,84.

Caso esse refrigerador fosse adquirido por meio de uma linha de crédito comum do comércio, com juro médio de 4,08% ao mês ou 61,59% ao ano, segundo pesquisa da Anefac, a prestação sairia por R$ 51,64 e o valor total do produto, por R$ 2.478,72. A redução no valor total e na prestação é de 51,9% "É uma boa opção de financiamento porque não há no mercado linhas de crédito para consumo com prazos tão longos e juros tão baixos", afirma Ribeiro de Oliveira. O crédito habitacional, por exemplo, tem juros de 12% ao ano e o consignado de 24,3%, também ao ano.

Na avaliação do vice-presidente do Walmart, Alain Benvenuti, o programa é uma "baita oportunidade" para o consumidor, além de um incentivo à produção da indústria e às vendas do comércio. Nas suas contas é possível que os negócios no varejo cresçam cerca de 10% por causa dessa linha de crédito.

O Walmart já aderiu ao programa e, segundo Benvenuti, a companhia está desenvolvendo sistemas para se adaptar às exigências do governo. Ele explica que as lojas que assinaram o termo de compromisso terão de informar regularmente ao governo os preços dos produtos vendidos, de acordo com a lista de itens que são financiáveis por essa linha de crédito.

Desconto

Uma das exigências feitas pelo governo é de que o varejo dê 5% de desconto no preço ao consumidor. Essa exigência se baseia no fato de que a venda é à vista para a loja e o financiamento fica com a Caixa. Isso abre uma brecha para que o consumidor comum, que compra esses itens com recursos próprios e à vista, também peça desconto de 5%. Mas a prática comum hoje do mercado é igualar o preço à vista ao parcelado sem juros e não oferecer nenhum desconto caso o produto seja quitado totalmente no ato da compra.

Apesar de o governo ter informado que 12 mil lojas estão inscritas no programa, entre as quais estão o Grupo Pão de Açúcar com as bandeiras Ponto Frio, Casas Bahia e Extra Hipermercados, e as Lojas Colombo, com forte atuação no Sul do País, há grandes redes varejistas que ainda estão avaliando a operação. Uma delas é o Carrefour. A outra é a Loja Cem.

"Estamos avaliando os custos para controlar esse tipo de operação e ver se vale a pena o investimento", conta o supervisor geral da Loja Cem, José Domingos Alves. A rede, com 210 lojas, teria de acrescentar produtos às suas linhas e desenvolver fornecedores para ter itens com preços compatíveis com essa linha de financiamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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