(Carlos Roberto)
Os bancários de todo o país iniciaram nesta terça-feira (18) uma greve por tempo indeterminado. Em Belo Horizonte, a categoria se concentrou à tarde em frente à agência Século, da Caixa Econômica Federal (rua Carijós, 218, Centro), para pressionar as instituições bancárias a negociar com os trabalhadores.
Dados do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, que engloba 55 cidades mineiras, apontam que 80% das agências da Caixa Econômica Federal e 70% das do Banco do Brasil aderiram ao movimento. Já entre os bancos privados, 45 agências pararam suas atividades. A entidade não soube informar, porém, o percentual de trabalhadores parados.
Segundo a presidente do sindicato, Eliana Brasil, a adesão dos bancários é positiva e o movimento é pacífico. "Não realizamos piquete, nem fechamos o trânsito. Nossa greve é muito bonita e tudo que reivindicamos é baseado em dados e balanços divulgados pelos próprios bancos", ressalta.
Ainda conforme Eliana Brasil, os trabalhadores buscam não somente a conquista de cláusulas financeiras, mas também melhorias das condições de trabalho. "A gente quer a segurança do bancário e do cliente, a garantia do emprego, o cumprimento das seis horas convencionadas pela CLT e mais contratações", destaca.
A presidente do Sindicato aponta ainda que apenas os seis maiores bancos do país apresentaram lucro de R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre. "Um diretor-executivo do Itaú recebe R$ 8 milhões de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nós pedimos apenas três salários. Não é nada fora da realidade", conclui.
Os bancários de todo o país pedem 10,25% de reajuste salarial, que representam 5% de aumento real, mas os bancos só ofereceram 6%. Além disso, os trabalhadores reivindicam um piso salarial de R$ 2.416,38, fim das metas abusivas, cumprimento da jornada de trabalho de seis horas e mais segurança nas agências.
Em Belo Horizonte, a categoria deve se reunir todos os dias em frente à agência Século.
Mais greve
Além dos bancos, os trabalhadores dos Correios e dos transportes de valores também estão em greve, o que prejudica o pagamento de contas, a recepção e envio de correspondências e a realização de operações bancárias.
Os trabalhadores dos Correios iniciaram, na semana passada, greve por tempo indeterminado em Minas Gerais e no Pará. Nesta terça-feira funcionários de todo o país devem se reunir em assembleias para votar pela paralisação nacional.
Já a greve dos profissionais de transporte de valores em Belo Horizonte completa 15 dias e deixou alguns caixas eletrônicos sem dinheiro na semana passada.