O recuo de 0,3% no emprego na indústria em setembro ante agosto mostra que o mercado de trabalho no setor ainda não reagiu à ligeira melhora verificada na produção desde junho. Entretanto, a queda de 0,6% nas horas pagas aos trabalhadores no mês está em linha com o menor dinamismo na produção verificado no período, quando a indústria registrou queda de 1,0%, avaliou André Macedo,gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Macedo, permanece no mercado de trabalho um comportamento predominantemente negativo, ao contrário do que vem sendo observado nas últimas leituras da produção. Entretanto, o número de horas pagas vem apresentando mais oscilação nos resultados nos últimos meses porque acompanha diretamente o comportamento da fabricação de bens.
"Esse recuo de 0,6% (no número de horas pagas) acaba chamando a atenção pela magnitude da queda, mas acompanha o recuo na produção (de -1,0% no período). A transferência do menor ou maior dinamismo na produção não se dá de imediato às contratações, mas se reflete no número de horas pagas aos trabalhadores no período", explicou Macedo.
Quanto à redução de 2,1% no valor da folha de pagamento real da indústria, Macedo conta que foi a devolução de um aumento pontual de 2,1% registrado no mês anterior. Em agosto, o pagamento de participações e lucros aos empregados do setor extrativo levou a uma expansão da folha de pagamento. Como não foi um ganho de salário, o pagamento não se repetiu em setembro. Portanto, "a folha de pagamento devolveu esse crescimento", justificou o gerente do IBGE.
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